Concordo no seu todo com o Mentiroso, mas tenho um pequeno senão, ou quiçá uma questão: - Qual a melhor forma de se tornar um país competitivo, com salários justos, impostos justos, saúde digna, educação eficaz e justiça equitativa para todos?
Bom, eu não sou particularmente apologista desta greve da função pública, mas este governo tem de ser admoestado seja de que maneira for, e se começar pelos funcionários públicos, melhor.
O problema é que em Portugal não se sabe fazer graves! Veja-se o exemplo de Espanha, que há um anos fez uma greve nos transportes públicos, mas com uma diferença em relação às nossas greves: não se cobravam os valores dos transportes! Nesse dia toda a gente andou de metro, autocarro ou ferry sem pagar um tostão. Imaginem o prejuizo para o estado! Faça-se semelhante em Portugal, quanto não seja para experimentar...
como sabes sou funcionário público (professor), e como tal tenho a minha opinião formada pelo que conheço na minha área. Os professores tem sido a classe mais desrespeitada por este governo. Nem vale a pena dizer em quê pois já está muita coisa na secção da EDUCAÇÃO. Por isso vou aderir. E não é por ficar com o fim de semana prolongado pois para mim é indiferente. E o dinheiro faz-me muita falta.
Concordo contigo quando dizes que há uma GRANDE parte da função pública que faz que trabalha. E que presta mau serviço. Sabes qual é o mal? É de quem chefia, de quem deve dar o exemplo e não o faz.
A opinião pública generalizada pensa que os professores são isto e aquilo mas se cá estivessem a aturar os filhos que não educam até se suicidavam.
Este país vive da dor de cotovelo. Por isso é fácil a este governo intoxicar a opinião pública contra algum sector que lhe interesse fazer um corte. As pessoas pensam "se eu não tenho eles tb não podem ter". Deveriam era pensar "se eles já têm nós tb devemos ter".
A função pública (em todos os países) é o barómetro para o privado.
Os trabalhadores do privado (no nosso país) aplaudem quando a função pública não tem aumento mas só se esquecem que quando isso acontece os PATRÕES deles tb não os vão aumentar pois há a "crise"...
Acredito que havia alguns direitos adquiridos que poderiam ser excessivos mas a maioria do que nos estão a cortar não vai servir para aumentar os outros. Só para comprar carros novos para os ministérios, etc, etc...
Concordo com todos, mas creio que não se está a ver o problema pelo lado certo, senão vejamos,
Beezz: Creio que apoiando um bando de bandalhos não será a melhor maneira de remediar a outras questões. Haveria outros meios mais específicos ou apropriados do que apoiá-los. Poderiam organizar-se excursões diárias de todo o país ao parlamento e à PR e berrarem ali até que o governo caísse. O que faz falta realmente é um controlo dos sacanas que lixam tudo, não lhes permitir que façam o que querem sem a aprovação do povo ou que este, pelo menos possa controlar todos os seus actos, a começar pelos roubos ao estado, as pensões de luxo, os pó-pós de luxo, enfim, tudo aquilo que saca as nossas algibeiras para encher as deles, a nossa saúde, a justiça e outros assuntos de primeira importância nacional.
André: Se quisermos buscar exemplos para se progredir, não será melhor procurá-los em países avançados em lugar dessa outra estrumeira também pseudo-democrática? Não me parece que uma greve do género da citada produzisse um prejuízo sensível nos transportes públicos em Portugal, apenas pelo facto conhecido de quase todos os utilizadores terem passe, ou seja, os bilhetes já foram pagos e eles ainda se rirem.
Tiago Carneiro: Embora os professores sejam considerados funcionários públicos, a verdade é que não o são, pelo menos não da administração, que era a que me referia, pelo que não os englobei no comentário. O mal com os professores é precisamente por os quererem equipar a funcionários da administração. Portanto nem quis falar neles, mas já agora, o caso dos alunos é normal, visto terem os pais que têm, mas não deve ser permitido, nem é controlando e massacrando as vítimas (os professores) que se resolverá o caso. Afinal, este é mais um facto dependente do mesmo que dependem os acidentes da estrada. Má administração (sinalização, traçados, velocidades desproporcionadas, etc.) aliada à selvajaria e falta de civismo gerais, tal como nos pais dos alunos que quando assim não eram e colaboravam com os professores estes casos não tinham lugar nem poderiam tê-lo Agora, querem controlar os professores!
Caro mentiroso (que raio de nome) apenas acho, e concordando consigo, que não se deve fazer da função pública o "Bode expiatório" para tudo o que há de mal neste país. Já foi explanado pelo Tiago e de certa forma estou com ele quando diz:
«Este país vive da dor de cotovelo. Por isso é fácil a este governo intoxicar a opinião pública contra algum sector que lhe interesse fazer um corte. As pessoas pensam "se eu não tenho eles tb não podem ter". Deveriam era pensar "se eles já têm nós tb devemos ter.»
Mas ainda hoje ouvi, na Televisão, que a GNR interveio na greve da "VALORSUL", para que os camiões pudessem entrar no aterro e fazer a sua vidinha normal.
Mas então eu pergunto:
Se, uma greve, não afectar um sector em concreto, se só quem perder for o grevista, de que adianta uma greve?
Não podemos deixar passar em claro que o direito à greve, é uma conquista de Abril, é um direito consagrado na constituição, em prol da desfesa dos interesses dos trabalhadores, é assim em DEMOCRACIA, sejam esses trabalhadores de sector forem, senão não há democracia, há isso sim uma vontade imposta e a isso chama-se DITADURA. Aquilo que esta a acontecer aos pouquinhos em Portugal (Republica bananeira) é isto, sem mais, é a instauração de uma nova DITADURA.
Isso jamais permitirei, lutando com todas as minhas forças, nem que tombe em combate.
Continuo a concordar com tudo, salvo que estou farto de suportar as consequências do procedimento dos funcionários da administração pública e isso ninguém me tira de cima. Por todo o país são os mesmos, só me fizeram problemas de norte a sul. Só quem não teve necessidade frequente deles poderá desculpá-los. Sei que a dor de cotovelo é uma realidade, está ligada à inveja e à ostentação, que minam tudo por aí, mas não é isso que me move, é a realidade. Também disse que era humanamente impossível concordar com o que se tem feito e faz aos funcionários, mas eles mereciam.
Têm apenas uma desculpa que o Tiago mencionou e a que tenho aludido num grande número de posts, mas que me passou com a pressa que tinha na altura que escrevi: os culpados principais não são só eles, são os seus chefes e directores, cargos ocupados pelos parasitas dos partidos e amigos, que deveriam ser postos a concurso como nas democracias. Acabe-se com as nomeações. Se a greve fosse nesse sentido ou com essa base, denunciando, ainda a apoiaria. Agora assim, só serve para contribuir para a continuidade e isso não, é como reclamar contra os corruptos e votar neles, fantochada que perpetua o mal.
Têm-se feito algumas greves sem grande motivo, mas nunca se fez uma que garantisse o emprego pela formação contínua dos trabalhadores, que garantiria o seu futuro e o das empresas. Com as políticas do Cavaco as empresas não poderão resistir, não podem competir. Tudo o que se passa era previsto. O grande número de greves no país é consequência das atitudes dos governos que em lugar de negociarem a três, impõem. A pobreza que agora se vive é a consequência directa dos governos do Cavaco, que não preparou o país para o futuro, o dinheiro foi roubado e esbanjado para dar a ilusão de se ter enriquecido, o deixou uma inflação superior a 5% e ainda reduziu o número de médicos; ninguém fala nestes crimes contra a nação em favor duma oligarquia. Quem nessa altura previsse o futuro era alvo de riso dos desmiolados. Políticos, desde que não sejam estreitamente controlados, estes e os outros são todos iguais.
Portugal não é uma democracia. Votar e ter uma constituição não definem democracia. O Estado Novo tinha uma constituição, a de 1933, e votou-se durante a maior parte da sua duração. Contudo isso não transformou uma ditadura numa democracia. Agora é idêntico, é uma ditadura doutro teor. Se antes se tivesse feito propaganda de que era uma democracia, toda a gente teria concordado: logro. Há mais de trinta e cinco nos que li sobre a nova escravatura sem grilhetas – mental, por indução de ideias. É o que há em Portugal, há muito que a ditadura está instaurada e inconscientemente aceite como democracia. A democracia vive-se sem se falar nela, como nos países democráticos. Não há fumo sem fogo e falar constantemente em democracia é fumo. As melhores provas da sua inexistência são a justiça que para nada serve, com juízes arrogantes e preguiçosos a fazerem metade do trabalho da média dos seus colegas europeus e que é dominada pela corrupção política, a instrução que forma incapazes e cuja maioria dos cursos não são reconhecidos nos países avançados, a saúde sem igual numa verdadeira democracia, a seg. soc. e como ela trata os velhos, as reformas milionárias a par doutras de morrer à fome. Sem que isto seja resolvido, democracia não existe, nem estamos num estado de direito.
Façam-se demonstrações diárias sem fim até que o governo destes abortos caia, como disse atrás, mas apoiar funcionários que nos tramam, isso nunca. A não esquecer que as oligarquias corruptas devem ser estreitamente controladas e prestar contas de tudo. A Lavandaria Nacional não é mais do que isso. Abraço a todos
Não há dúvidas que todos têm razão. Concordo com cada um dos pontos de vista. Mas quanto à minha ideia de greve sou contra, pois as mesmas tal como são feitas, só prejudicam o cidadão comum! Veja-se o exemplo da Valorsul. Mas infelizmente na nossa "partidocracia" (mentiroso tem razão quando diz que não temos uma democracia) é a única forma de luta...