25
Abr07
A maior treta de sempre!
TC
Tenho a certeza que todos os dias, em diferentes pontos do nosso Portugal, há alguém que se vira para o colega do lado e diz barbaridades como esta: Foste uma grande besta, se o Salazar ainda fosse vivo tenho a certeza que andavas na linha, levavas uma tareia, faziam de ti um exemplo e a seguir ias de cana!
E porquê? Não faço a mínima ideia e sinceramente, estou-me é perfeitamente nas tintas para os motivos. Desde que o apelidado de besta não seja eu e não me tenham feito nada que me leve a gritar assim, é evacuar no assunto e continuar em frente, ignorando aqueles que continuam sem acreditar que um dos motivos pelo qual Portugal não evoluiu mais no passado foi por causa de um dos períodos mais negros e bestializantes da nossa história, revivendo orgulhosamente não se sabe bem o quê, que ainda hoje prejudica também o nosso futuro.
O leitor perspicaz começa já a pensar “este gaijo está a tentar induzir-me na problemática da Universidade Independente”. Nada mais longe da verdade, o que vem demonstrar que não és assim tão perspicaz como julgavas. Onde raio foste encontrar nas minhas palavras alguma ligação à Universidade Independente?!? E eu só lá gaijo de induzir alguma coisa a alguém? Tem lá paciência de ler este poste até ao fim e não tentes provar que és esperto, ok?
Aquilo de que vos quero falar é desse maravilhoso concurso “O Maior Português de Sempre”, que terminou com a surpreendente vitória de António Oliveira Salazar, o ditador que governou os destinos do nosso país durante décadas, uma das épocas mais repressivas, fechadas e deprimentes do nosso país, a fazer lembrar a “gloriosa” Albânia de tempos não muito distantes.
Eu não sei o que mais me chocou, se foi a vitória de Salazar, se foi o facto de no segundo lugar ter ficado Álvaro Cunhal, se o facto de no pódio não ter ficado o nosso fundador, D. Afonso Henriques, sem o qual neste concurso estaríamos a escolher entre Cervantes, D. Juan Carlos ou o Raul do Real Madrid. Valha-nos que ao menos em terceiro lugar ficou Aristides de Sousa Mendes, responsável pela fuga à morte certa de milhares de judeus.
Claro que o valor deste concurso é muito relativo ou mesmo nulo, não nos podemos esquecer que em outros concursos do género, como a eleição da maior banda rock de sempre, culminou com a escolha dos Backstreet Boys, em detrimento de bandas consagradas como os Queen, U2, Pink Floyd, Aerosmith, entre tantas outras. O que é que eu quero dizer com isto? Pouco me importa que tenha ganho o Salazar, como pouco me importaria se tivesse ganho Álvaro Cunhal ou outro qualquer, apenas fico triste em constatar que o modo como os portugueses votaram no concurso demonstra o quanto ignoram ou desprezam o valor da nossa herança cultural e histórica.
Mas há uma questão que me perturba... conseguem imaginar como seriam canais como a blogosfera se ainda vivêssemos nessa época, onde a censura imperava, onde as reuniões eram proibidas e onde a segurança que se sentia era paga com a perda da liberdade? Acho que a leitura deste texto vos pode dar uma ideia aproximada, e muito me agradaria que todos tivessem consciência do perigo que representaria voltar a esses malfadados tempos.
Até sempre (presentemente a escrever-vos do Tarrafal),
Rafeiro Perfumado
PS: o presente texto foi revisto pelos Coronéis do Lápis Azul, pertencentes à Polícia Internacional e de Defesa do Estado. Estou a escrever esta explicação neste tamanhinho porque os gaijos já são velhotes e estão todos pitosgas!
O leitor perspicaz começa já a pensar “este gaijo está a tentar induzir-me na problemática da Universidade Independente”. Nada mais longe da verdade, o que vem demonstrar que não és assim tão perspicaz como julgavas. Onde raio foste encontrar nas minhas palavras alguma ligação à Universidade Independente?!? E eu só lá gaijo de induzir alguma coisa a alguém? Tem lá paciência de ler este poste até ao fim e não tentes provar que és esperto, ok?
Aquilo de que vos quero falar é desse maravilhoso concurso “O Maior Português de Sempre”, que terminou com a surpreendente vitória de António Oliveira Salazar, o ditador que governou os destinos do nosso país durante décadas, uma das épocas mais repressivas, fechadas e deprimentes do nosso país, a fazer lembrar a “gloriosa” Albânia de tempos não muito distantes.
Eu não sei o que mais me chocou, se foi a vitória de Salazar, se foi o facto de no segundo lugar ter ficado Álvaro Cunhal, se o facto de no pódio não ter ficado o nosso fundador, D. Afonso Henriques, sem o qual neste concurso estaríamos a escolher entre Cervantes, D. Juan Carlos ou o Raul do Real Madrid. Valha-nos que ao menos em terceiro lugar ficou Aristides de Sousa Mendes, responsável pela fuga à morte certa de milhares de judeus.
Claro que o valor deste concurso é muito relativo ou mesmo nulo, não nos podemos esquecer que em outros concursos do género, como a eleição da maior banda rock de sempre, culminou com a escolha dos Backstreet Boys, em detrimento de bandas consagradas como os Queen, U2, Pink Floyd, Aerosmith, entre tantas outras. O que é que eu quero dizer com isto? Pouco me importa que tenha ganho o Salazar, como pouco me importaria se tivesse ganho Álvaro Cunhal ou outro qualquer, apenas fico triste em constatar que o modo como os portugueses votaram no concurso demonstra o quanto ignoram ou desprezam o valor da nossa herança cultural e histórica.
Mas há uma questão que me perturba... conseguem imaginar como seriam canais como a blogosfera se ainda vivêssemos nessa época, onde a censura imperava, onde as reuniões eram proibidas e onde a segurança que se sentia era paga com a perda da liberdade? Acho que a leitura deste texto vos pode dar uma ideia aproximada, e muito me agradaria que todos tivessem consciência do perigo que representaria voltar a esses malfadados tempos.
Até sempre (presentemente a escrever-vos do Tarrafal),
Rafeiro Perfumado
PS: o presente texto foi revisto pelos Coronéis do Lápis Azul, pertencentes à Polícia Internacional e de Defesa do Estado. Estou a escrever esta explicação neste tamanhinho porque os gaijos já são velhotes e estão todos pitosgas!