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O Jardim da Celeste

...este é um espaço que revela alguns "pecados" do povo tuga. Os nossos políticos são do pior... e o povo manso releva...

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O Jardim da Celeste

20
Mar10

Novas Escutas do "Face Oculta" - A Ceia dos Robalos, de Manuel Godinho

TC


Imagem do KAOS

Do CD 227, da série mandada queimar pelo Orelhas de Bode do Supremo Avental de “Justiça”

(Protagonistas: o Sucateiro, Manuel Godinho, e a sua Boca da Servidão, Dona Idalina Godinho – por detrás de um grande sucateiro, há sempre uma grande sucateira fêmea)

Manuel Godinho – Lina, querida, vem aí o Natal, e precisava de fazer a lista das prendas…

Dona Idalina – Sim, amor, queres começar por quem?... Pelo “Chefe”, pelo “Major”, ou pelo “Dragão”…

M.G. – Vamos pela classe A, que é a mais barata… Como se chamava aquele taxista que mandaste subir, no outro dia…

D.I. – (suspiro) Que delícia, Manel… para esse, podemos pôr uma corrente de ouro, 200 €. Se voltar, dou-lhe também uma figa, porque tinha a figa bem (suspiro)… grossa…

M.G. – O que damos ao Lello, este ano?...

D.I. – A “Lena” ficou de negociar com ele uns custos a mais, nos IPs da Roménia… Acho que eles podem dar a prenda...

M.G. – (silêncio) O “Chefe” não gosta muito que se fale da “Lena”, de maneira que podemos pôr um bidé de prata, aí coisa para…

D.I. – para?...

M.G. – Classe AA – 2500 €

D.I. – Já escrevi, podes continuar, querido…

M.G. – Que é que damos ao Armando?... Essa dos robalos está muito gasta…

D.I. – Podia ser um livro?...

M.G. – Por amor de deus, o homem mal sabe ler, olha... põe umas bandas desenhadas…

D.I. – Mas isso é muito barato…

M.G. – Sim, mas assenta aí, “bandas desenhadas do Tonecas”. O resto vai em “quilómetros”…

D.I. – Damos alguma coisa ao Sousa Tavares este ano?...

M.G. – Também pode ser um livro, mas com muita bonecada, porque o gajo também lê mal… Olha, até tive uma ideia: damos uns “Astérix” a esse, e, em troca, uns “Equadores” à Ana Paula Vitorino

D.I. – “Equadores”, versão copiada, ou o original?…

M.G. – A copiada, porque ela é como o “Chefe”, mázinha, em Inglês Técnico…

D.I. – E para o Vitorino?...

M.G. – O Vitorino adora passes para as saunas: põe aqui um catálogo de “gay-bears”: álbum de fotos, redondos, peludinhos e de pila pequena…

D.I. – Credo, que nojo!... Isso custa quanto?...


D.I. – O Jorge Coelho leva o quê?...

M.G. – Essse gajo já mamou muito. Põe-lhe um Translator de Bolso, para evitar que ele diga “há dem” e “há des”… 250€, Classe A

D.I. – Ai, amor, é tão chato estarmos nesta lista…

M.G. – Ainda falta o “Pidá”… Acho que o gajo ia gostar duma metrallhadora, mas ainda não sei o preço, vou ter de telefonar ou ao “Major” ou ao Júdice…

D.I. – Fica então em aberto?...

M.G. – Sim, deixa em branco, mas escreve AAA, à frente. Convem ter esses gajos da Noite sempre do nosso lado...

D.I. – O Pedroso leva alguma coisa este ano?...

M.G. – Sim põe um Menino Jesus de Prata, coisa aí para 400 €, AA

D.I. – E o “Major”?...

M.G. – O “Major” vai com o Figo e o Pinto da Costa. Temos de falar com o “Chefe” e ver se obtemos um perdão fiscal. O ideal era que os gajos pagassem para aí, sei lá, 5% do que puseram nos “off-shores”, e o resto vinha em perdão fiscal, para enganar o pagode…

D.I. – Isso são montes de robalos, amor…

M.G. – Pois são, querida, mas o populacho é analfabeto, está tudo no nível da Lurdes Rodrigues, mas para o perdão fiscal, no estado em que esta merda está mais robalo, menos robalo, é tudo uma questão de meses, ate à Bancarrota... mas tenho mesmo de falar com o Gajo das Finanças, e tem de ser às escondidas da “Bruxa”, que essa gaja anda a esticar-se muito no que diz para a Imprensa...

D.I. – Não achas que se podia pregar-lhe um… susto?...

M.G. – Não, a gaja tá de saída e o Balsemão já negociou com o Avental pôr aquele chavalo tonto, o Passos Coelho, no lugar da Velha, para esta merda não oscilar muito.

D.I. – Mas damos alguma coisa à Velha?...

M.G. – Sim, põe aí um Galo de Barcelos, mas baratucho, segunda escolha, que ela depois vai ganhar uma pipa de massa, quando for para Governadora do Banco de Portugal

D.I. – A Maria Barroso?...

M.G. – Ai, filha, essa ainda está pior: dá-lhe uma prenda A… Olha, melhor, nem gastes dinheiro: manda-lhe aquele catálogo de “La Redoute” do ano passado… Não deitaste fora, pois não?... Assim, a gaja fica a ver os bonecos, lá em Nafarros, e não chateia.

D.I. – E o “Chefe”…

M.G. – (silêncio)

D.I. – (silêncio)

M.G. – … o “Chefe”?...

D.I. – É sempre um grande problema… Um problema do caralho...

M.G. – Vamos deixar para o fim, mas não te esqueças, amor…

D.I. – Temos a Câncio… Que achas?...

M.G. – Vocês é que são mulheres, sabem melhor do que eu…

D.I. – Querido, eu acho-a nojenta, de maneira que preferia que fosses tu…

M.G. – (risos) olha, por mim… (risos) Por mim… era já um vibrador…

D.I. – Manel, por amor de deus, não sejas ordinário…

M.G. – Querida, EU estou a falar a sério… Acho que lhe faz falta. Há uns da Ferrari, com cinco mudanças, dizem que faz maravilhas de jornalismo…

D.I. – (silêncio) ... amor…

M.G. – Pronto. Tive uma ideia genial: vamos gastar uma pipa de robalos, mas vamos matar dois coelhos de uma só cajadada… (risos)

D.I. – Como assim?...

M.G. – Mandamos a gaja para Barcelona, para falar com o Rubén Noé Coronado, para a aconselhar a fazer um implante de pénis…

D.I. – Amor, isso vai sair AAAAA, caríssimo!…

M.G. – Não vai, querida, ela faz o implante, toma umas hormonas, é um investimento, como qualquer outro, (risos) saiu mais caro mandar matar o Sá Carneiro, e depois… (risos)

D.I. – … depois o quê?...

M.G. – (risos) Ficamos com o problema do “Chefe” resolvido: quando ela estiver … “transformada”…, oferecemo-la como prémio (risos) ao “Chefe”… (risos)

(fim da escuta)

(Quadrilátero, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
25
Fev10

Breve Ficha de Inscrição na Camorra

TC



Imagem do Kaos

A primeira palavra vai, inevitavelmente, para a Madeira: pudessem os versos e as belas frases restituir a vida aos mortos e a beleza aos lugares. Não podem, e fica aqui o apelo ao Tempo.
Os velhos do restelo, aves agourentas, que todos detestam, têm agora a voz nos abusos do urbanismo, e mais não vou dizer. Cheia andou, a Bela Ilha, de belíssimos "engenheiros", daqueles, dos bons, da "Independente", que já não se fabricam, porque a fábrica fechou, e a coisa deu no que deu.
A segunda palavra é para aquilo que, se estivéssemos num País regular, minimamente sensato, e com alguma tradição de Opinião Pública, já teria limpo a Classe..., enfim, ia escrever "Política", mas isso só seria verdade no sentido lato, porque tudo é Político, portanto, escreverei, a Fachada do Regime, que deveria ter sido imediatamente limpa.

A memória, como sabemos, é coisa curta, sobretudo no país da "bica" e do Futebol, da Santa com Cara de Saloia, dos "Ídolos" e dos "Gatos Fedorentos": dura enquanto durar o esfregar a beata no cinzeiro, e logo a seguir, o português típico cospe para o chão e passa adiante, a olha para os cus de umas pitas boazonas do 8º ano, que ainda são menores, mas já se faziam.
O que mais me inquieta, sempre que regresso de viagem, é esta compulsiva necessidade de estar permanentemente a fugir de aqui, e a sensação seguinte, no âmbito da ressaca, que é a de que, de cada vez que volto, encontrar cada vez menos país e cada vez mais pântano.
Há um lado glorioso no "SOL", quando decidiu romper o silêncio das "Escutas", e chapar com alguns estilhaços da Realidade Oculta, mas imediatamente passamos para o patamar da inquietação seguinte, que é como estar a apanhar só três minutos entrecortados de um filme que nós sabemos ser infinito.
Quando António José Saraiva, que dirigiu o "Expresso", lugar de referência, pelos bons e maus motivos, começa a falar com voz grossa, é sinal de que apenas nos está a ser dado contemplar a ponta do icebergue, mas já repetimos isso infinitas vezes, por aqui.
Falou com voz grossa, e passou a editorial uma série de caras, muito nossas conhecidas, que sabemos que já deveriam ter "ido dentro" há muito tempo. Trata-se de associação criminosa, nepotismo, peculato, divulgação de informação cifrada, tráficos e compras de silêncio, tudo o que possamos, e, sobretudo, aquilo que nem sequer imaginamos.
É a vida: o próprio "Arrebenta", figura de ficção, e, ao que parece, de grande popularidade, começou a sua vida blogosférica, aquando de um valente chuto no cu dessas mesmas caixas de comentários do "Expresso", só deus saberá por que razões, mas que não serão alheias a muitas coisas sucedidas, já que se preparava para desmascarar um dos piores erros da Democracia Portuguesa, a eleição de Cavaco Silva para Belém.
Águas passadas.
Hoje, numa memorável intervenção, o atual Diretor do "Expresso", de novo, acusou o pederasta exaltado, colérico e vingativo, que (ainda) governa Portugal, de exercer pressões, desde as mais suaves às mais incómodas. Também não é de espantar, porque se trata de uma figura, como todas aquelas que não têm qualquer caráter, de ser capaz de tudo, e é. Utiliza uma velha tática, que vem em todos os manuais de sofística que é a de negar, com ar cândido, as mais evidentes evidências. Para os avisados, a coisa torna-se revoltante, e ainda exalta mais os ânimos. Para a enorme massa, inculta, inquieta e assustada, deste enorme divã de acomodados, que se chama Portugal, há uma sensação de curto-circuito, porque, herdeiros do culto do Respeitinho, no fundo, fica sempre uma séria dúvida, quando se ouve um homem, com o cargo de Primeiro Ministro, desmentir, desmentir, desmentir, que ele possa estar realmente a MENTIR.

Num terceiro tema, Manuela Ferreira Leite, que tantos ódios acumulou, tem revelado as virtudes da estadista, e mostrado como se pode ser excelente Chefe da Oposição, sem grandes esforços: basta chamar os bois pelos nomes, coisa que, nesta terra, é dos comportamentos mais temidos. Numa entrevista irrepreensível, dada a Judite de Sousa, tocou numa das teclas sensíveis do meu "ego": estar ali para servir, e não para fazer carreira, linha que perfeitamente se inscreve no manual do aristocrata, e ela bem o sabe.

Desconheço os limites constitucionais do ato, mas suponho que, brevemente se esgotarão os poderes da Coisa Triste, que ocupa Belém, para poder dissolver a Assembleia. Como isto está a a reboque do seu próprio fim, não é líquido que o faça, no momento ideal, quando o PSD definisse quem quer que seja o seu próximo rosto, e já houvesse um rumor parlamentar do que viesse a seguir.
A Esquerda continua a insistir em alcoólicos, que pactuavam com terroristas, em tempos de Guerra, e arranjou agora uma nova figura, equivalente às Tardes da Júlia, ou aos cozinhados da Maria de Lourdes Modesto, para tentar transformar a Presidência da República, já de si tão desacreditada, num novo poleiro da Ternura dos Sessenta, indiferente a um País que precisa de um Estadista de pulso orientador, mas nem me vou deter mais sobre isso, porque o cataclismo "ira de soi"...

A preceito, Sócrates já deveria ter ido para a rua, aquando do "Caso do Diploma", e, como já não sei, de há semanas para cá, em que águas navegamos, um brusco salto, nos contadores, de emails enviados, de material duvidoso, em redor da "Independente" (como poderão verificar), em redor da única contribuição, eventualmente interessante, a ser verdadeira, que a tal pécora de Gaia, que destruiu o nosso primeiro "Braganza", deixou como legado, está a acontecer diariamente.

Presentemente, não me atrevo a quaisquer previsões, tanto mais que o "SOL" deverá avançar, já nesta sexta, com mais lenha para a fogueira.
À maneira italiana, tudo isto deveria desembocar num "Mãos Limpas", que arrastasse consigo o Polvo inteiro, reabrisse, por exemplo, o "Casa Pia", fizesse uma limpeza dos magistrados conluiados com o tráfico, o futebol e a construção civil, e abanasse esta gente, mostrando-lhe que não é possível que haja sentinelas, como essa tal de Cândida Almeida, que acha importante é que se tapem os furos da panela de pressão, de onde ainda vai saindo algum vapor útil, em vez de se preocupar com a gravidade das coisas que vão saindo para a Opinião Pública. Suponho que seja isso que defina ser "la voix de son maître"...

Se me perguntassem o que hoje me satisfaria, seria elementar: Sócrates fora, eleições antecipadas, ou não, porque haveria maturidade suficiente na Assembleia, para organizar um Governo de Salvação Nacional, pluripartidário, que excluísse o PS, até que ele se purgasse, novo Procurador da República, e limpeza dos cavalheiros de Justiça, que passaram por tudo, até pelos célebres Tribunais Plenários, que a PIDE tanto adorava.
Obviamente, estou a sonhar alto.
Ficará tudo na mesma, Cavaco será reeleito, para acabar a babar-se, nos braços da sua mulher a dias; talvez se consiga calar Ferreira Leite, pondo-a na Presidência do Banco de Portugal, em vez de Manuel Pinho, e assegurando assim um "Centrão-Sombra", e Sócrates perpetuar-se-á, ele e o "Polvo", o pessoal do "Eleven", das saunas de Bruxelas, Berlim e Barcelona, e, passada a agitação da Madeira, nós poderemos voltar, calmamente, a concentrar as nossas baterias nas minúcias das pernas de senil depilado de Cristiano Ronaldo, porque isso é que é bom, e dá saúde e de comer a um milhão de Portugueses.
A Bem da Nação

(Quarteto brahmsiano, no "Arrebenta - SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
02
Dez09

De Natura Sonora, ou, em mau Português, belíssima Sanfona de Sucatas

TC



Imagem do KAOS

Vou tentar ser breve, porque hoje estou com uma cólica de minaretes. Eu explico: quando vamos à Suíça é para ver os Alpes, e quando vamos ao Magreb é para ver minaretes, tudo o resto é contra natura, e deve ser referendado pelo Senso Comum.
Também é do senso comum que eu, se, por acaso, vier a passar por uma porta e ouvir gemidos e agitação do outro lado, tenho o direito de espreitar pela fechadura e pôr o ouvido colado à porta. Se -- e continuamos nos "ses" -- eu fosse um GNR mal formado e descobrisse que a minha tronchuda estava do outro lado da porta, ajoelhada, a fazer uma valente mamada a um fuzileiro, e os grunhidos vinham de aí, para a história se desenvolver à latina, o GNR arrombava a porta com um pontapé, e dizia, "eu mato-te, minha puta!...", e matava mesmo, e, com um pouco de sorte, furava o fuzileiro também. Como Dante, no "Banquete", eu poderia dizer que esta minha história continha as quatro vertentes hermenêuticas do texto sagrado: o literal, o alegórico, o moral e o anagógico. O literal é que a gaja ia mesmo de ali com as tripas de fora, para alguma urgência de Badajoz, morrer espanõla, e o fuzo ficava no chão com um buraco em forma de alvo, no centro da testa, evitando voltar sem pernas do Afeganistão, por ter ido "obamamente" defender as Rotas do Ópio; alegoricamente, era mais uma cena dos divórcios simplex do solnado; a moral da história é que ele nunca deveria ter parado a ouvir grunhidos de prazer, do outro lado de uma porta de face oculta, porque podia estar a ouvir alguém conhecido; anagogicamente, isto era o "Face Oculta", à Portuguesa, ou seja, iam de ali para um tribunal de comarca ligeira, a gaja tinha direito a um bruto funeral, o fuzileiro ia a enterrar, ainda com as calças pelo joelho, e o GNR recebia uma repreensão escrita, com direito a liberdade condicional, e repetição do ato.
O restante Portugal, ainda mais literal, evita que estas coisas do rés do chão transbordem para os reles patamares do Estado, e, portanto, se num colar o ouvido à porta, eu, por acaso, oiço um Primeiro Ministro a atentar contra o Estado de Direito e passo adiante, das duas três, ou sou corno manso, ou o Primeiro Ministro já devia estar na rua há eras, ou não vivemos num Estado de Direito. O interessante da coisa não é se o escutado foi escutado, ou não, no devido local, e se foi, ou não, consentido, mas, sim, se o conteúdo do escutado era, ou não era, crime de Lesa Estado.
O cidadão comum já percebeu o que está em jogo, e que é o mesmo de sempre.
No fundo, já atingimos o patamar mínimo de poder emitir juízos de validade moral e de higiene pública, que nos permitem dizer que ouvir coisas destas -- mas vão MESMO ouvir -- ou destas, dispensam tribunais, procuradores da república e supremos juízos, para percebermos que, de facto, deveriam ter tido outro desenvolvimento processual e histórico.
São já matéria excedente, na qual o cidadão comum tem realmente o dever de exercer o seu direito de indignação, e, enquanto não o exercer, não estaremos nem num Estado de Direito nem numa Europa Civilizada.

13
Nov09

Uma Sanfona de Contradanças, em forma de "Aventalinho"

TC



Imagem KAOS

Vêm-me sempre lágrimas aos olhos, sempre que soa Música em Portugal. Sou um melómano. Quando a Sanfona tocou, eu chorei: ela é lindíssima, sobretudo quando branqueou o BPN, e vinha, ao mesmo tempo, vender rifas do "Águias", de Alpiarça. Tantas que eu comprei...
Nem Dante se atreveria a tanto.
O segundo naipe é o António Contradanças, porque imagino a Sónia Sanfona a tocar flauta de papos, com o António Contradanças todo agarrada à Vara, a esfregar a rata e a fazer o número da Viuvinha do "Freeport", enquanto lhe metem "luvas" nos silicones, e o Godinho faz um "rap", bué ritmado, nas Sucatas.
Eu sei que tudo isto cheira a "Passerelle", e que já estamos a imaginar uns gajos camorrianos, um dia, a dispararem, e a deixarem os passeios cheios de sangue, com mulheres de bigode a fugir, desesperadas e aos gritos, como aquelas Palestinianas, que fazem ULULULULULULU com a língua, sempre que se livram de mais um filho drogado, desempregado e repetente, em forma de cinto-bomba.
Falta a Isabel Alçada, para escrever umas Aventuras no Banco Central Europeu, com o Vítor Constâncio, vestido de Heidi, a ir ocupar, pelo Princípio de Peter, uma vice presidência do Banco de Calotes de Bilderberg.
Eu sei que até aqui tudo isto já metia nojo, sobretudo, se pensarmos que o gajo que queria, e vai, queimar as escutas de Sócrates/Vara, foi reeleito Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ou lá que nome é que essa merda tem. O tipo tem um ar sinistro, e tem tudo escrito na cara, pelo que acho que não necessito de gastar mais palavras para o caracterizar, pelo que regressei ao Constâncio, e pensei: "se esta azémola já tinha chegado à Presidência do Banco de Portugal pelo Princípio de Peter, que outro Princípio, mais alto, o teria levado a ser promovido ainda mais acima?..."
E foi aí que, sendo hoje dia 13, a Senhora me apareceu a dançar, toda na descontra, de braço dado com o Solzinho, e se me fez luz, nesta pequena cova de iria que transporto no meu coração: quer Constâncio, quer Noronha do Nascimento estavam a erguer-se aos Céus movidos pela única indústria que continua florescente em Portugal, a Indústria do "Aventalinho".
Bem hajas, Grande Oriente Lusitano, a gente agradece.

(Aventalado no "Aventar", no "Arrebenta-Sol", no "A Sinistra Ministra",  no "Democracia em Portugal", no "Klandestino", e na casa de putas do "The Braganza Mothers")
08
Nov09

A Amélia das Sucatas

TC


Imagem KAOS
As taxas de combustível estão altíssimas e isso torna as Maldivas muito longínquas, e já está toda a gente a pensar para que é que as Maldivas são chamadas para aqui, mas isso ainda é segredo: posso adiantar que estando muito perto do nível do mar, a erosão salina faz desaparecer a sucata muito depressa, por aquelas paragens, ao contrário de cá, em que se enrolam em trapos pretos, e vão viver para umas terras de nomes horríveis, na Beira, e ficam com a sucata toda lá por baixo, enfim, supõe-se que seja por isso que os garanhões da pastorícia -- ainda há pastores -- prefiram as ovelhas, a terem de comer a avó do melhor amigo...
Tirando esta introdução, muito metafísica, como viram, vou já falar do tema do dia, que é quando a gente pensa que já chegou à última cave, a Nação tem sempre uma surpresa, e lá levanta mais um alçapão, e mostra-nos uma subcave, bafienta, e ainda mais deprimente, que, afinal, nos rege na sombra.
Antigamente, no tempo em que o António Variações fazia de Cesévora Ávida, e nada lhe escapava, nem na goela, nem na cloaca, o rés do chão era a corrupção do Futebol, mas o avião fez-se um pouco mais à pista, e descobrimos que, por detrás do Futebol se escondia o nível inferior, dos Construtores Civis, e eu pensei, "pronto, chegámos às bases...", mas a verdade é que as bases ainda não eram essas, e ainda havia as rainhas, as princesas e as camareiras da sucata, uma espécie de discretas vascas francas, que saltavam à vara por cima de uns godinhos que só deus sabe em que ferrugem habitavam.
É deprimente saber que, enquanto a Rússia tem o Kremlin, os States, a Casa Bran... perdão, Preta, a França, o Eliseu, o País é governado a partir de uma sucateira, e, portanto, qualquer Plano Tecnológico, qualquer Plano Nacional de Leitura, ou qualquer Plano de Ação da Matemática estão, não só cronológica, como espacialmente desfasados da Realidade, como, aliás, todos pressentimos, embora nos choque ver a confirmação.
Eu até aqui estaria descansado, mas deixo de estar descansado, quando penso, por analogia, que, se já ontem o último patamar foi vencido por um mais baixo, também amanhã aparecerá qualquer coisa ainda mais subterrânea, que fará parecer a Sucata um Belvedere, ou "un Petit Trianon".
Tudo o resto que vou escrever é pura imaginação, mas suponho que, por detrás dos sucateiros, amanhã, se descobrirá que quem realmente governa este país sejam aquelas velhinhas dos sacos, recoletoras do lixo, que entornam os caixotes verdes no passeio, para grande desgosto do António Costa e alegria dos cães e gatos famintos, que têm bigode, dizem palavrões rosnados, e nos ameaçam com a bengala, mas que, em contrapatida, naquelas sacolas, amarradas com cordéis sujos, transportam segredos, matéria cifrada, e o registo de fluxos financeiros importantíssimos. No fundo, só a nossa desatenção não o permitiu ainda descobrir: basta olhar para a corcunda de cada uma dessas sombrias criaturas, e para o disfarce perfeito de... sei lá... de pobres, sim, de pobres, que elas põem, para se ver que, na verdade, são realmente poderosas.
Isto não sou eu a delirar: mal a gente vira as costas, elas tiram dos bolsos telemóveis caríssimos, de platina, e ligam para o Obama, tratam-no por tu, com vozes de Maria João Avillez, exercem pressões e chantagens no Héron-Castilho, e ditam todas as oscilações do preço do Petróleo e do Plutónio, no Golfo Pérsico. É por isso que eu adoro viver no Umbigo do Mundo, e me sinto todos os dias importante, e cada vez mais  seguro, e espero que vocês também.

(Hexagrama do latão do lixo, no "Aventar", no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

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