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O Jardim da Celeste

...este é um espaço que revela alguns "pecados" do povo tuga. Os nossos políticos são do pior... e o povo manso releva...

...este é um espaço que revela alguns "pecados" do povo tuga. Os nossos políticos são do pior... e o povo manso releva...

O Jardim da Celeste

22
Ago09

Madame de Sade

TC
Imagem do KAOS
Dedicado ao meu amigo S.N., que já foi dado como clinicamente morto, embora num tempo felizmente já passado
Estamos a quase um mês do dia em que o Socratismo vai sofrer aquilo que nem os Castelhanos apanharam em Aljubarrota. É natural: o país nacional, o país sensível, o país plácido, o país com princípios, o país vulgar, eu, nós, você, leitor, vai-se finalmente vingar de uma das mais pavorosas associações mafiosas que já esteve à frente dos nossos destinos.
Sim, é verdade que continuamos na Cauda da Europa, mas, antes, tínhamos um pouco que comer, um pouco de brio nacional, não tínhamos medo de falar, nem olhávamos para o lado, de cada vez que queríamos manifestar o nosso descontentamento, e, sobretudo, não sentíamos que o estado de impunidade das coisas judiciáveis se tinha tornado numa regra, não em lapsos pontuais e corrigíveis.
Quando este governo desaparecer, vão sobrar poucas coisas: algumas anedotas mordazes, uma generalizada sensação de impotência, o sentido de que governar acima da lei, afinal, é possível, apesar da Democracia e dos espaços internacionais em que nos inserimos, e, sobretudo, ficarão algumas figuras carismáticas, no sentido mais profundo da negatividade humana, como só Shakespeare ou Dostoievsky poderiam ter engendrado.
Num esforço de memória, poderia pensar na epígrafe deste desastre nacional.
É evidente que o figurino encaixa perfeitamente em Sócrates, o provinciano dos fatos que lhe assentavam todos mal, suponho que por causa da batata de nariz transmontana, diplomado à força e sem qualquer vergonha na cara. Acima de todos, todavia, não creio ser exagerado imaginar que Maria de Lurdes Rodrigues, a "Anarquista", poderia perfeitamente servir de sudário para o horror que foi este período político.
Lurdes Rodrigues não conheceu o pai, mas conheceu as durezas dos padrastos, os incómodos da Casa Pia, o acordar de manhã cedo, os banhos de água gelada, a austeridade, o horizonte sem luz, enfim, todos os opostos da pedagogia do afeto e e da humanidade, da pasta que ousou tutelar. Essa figura goza de uma curiosa particularidade: irá desaparecer, para sempre, da nossa vista, antes de que o ano de 2009 termine.
Há um alívio, mas também há uma enorme cicatriz. Essa mulher nunca mais poderá voltar ao anonimato da cidadania, porque até eu, geralmente discreto, cordato e enfiado no meu "noli me tangere", serei capaz de atravessar a rua, para me cruzar com ela, e lançar-lhe na cara uma daquelas frases amargas que nunca mais se esquecem até ao resto da vida.
Nunca perdoarei o Socratismo, e haverei de lançar-lhe um anátema até ao final da minha vida de intelectual e artista, e é por isso que coloco à frente desta bastardia o rosto infame dessa mulher.
Como todos os monstros, ela aspira à perpetuação: a sua melhor frase é "Mais importante [do] que as pessoas são as políticas". Tem toda a razão: essa foi a operacionalidade e logística de todo o séc. XX, e conduziu a mais milhões de mortos do que todas as guerras anteriores, justificou as câmaras de gás, os "gulags", os tarrafais, os fuzilamentos da Guerra Civil de España, Tianamen, o khemrismo vermelho, as purgas de Pinochet, os assassinatos de Fidel, Saddam, as burkas, os Ayatollahs, as vítimas do não perservativo de João Paulo II e tantos outros momentos maravilhosos do nosso passado recente. Maria de Lurdes Rodrigues foi mais modesta: alimentou a bufaria, através do carismático Hipopótamo da DREN, praticou a legislação retroativa e o sadismo das juntas médicas. Para o fim, e é desse fim que hoje veio falar, quis que as suas ideias, mais importantes do que as pessoas, prevalecessem.
Soou-me -- e aqui vamos entrar no domínio das generalidades, porque o assunto só me interessa por grosso -- que, a meio das férias das pessoas normais, e no tempo das suas permanentes insónias de rancor e passado perdido, que ninguém lhe poderá restituir, tinha cometido mais ums dos seus insólitos atos administrativos, uma tal abertura extraordinária de Concurso para Titulares.
Titular, no sentido corrente do termo, era uma pessoa que detinha um título nobiliárquico, no tempo em que a sociedade se hierarquizava, como tal. Chegada a República, a Titularidade ficou para o mesmo prazer pessoal das pratas da casa e dos ouros de família. Tal não foi o entendimento de Lurdes Rodrigues, cujo horizonte quimérico, de mulher a dias, levava a valores obsoletos, aliás, moderníssimos, como o prova o cadáver debilitado que habita Belém, e cujo sonho seria ter audiências de quinta feira com Sua Excelência o Presidente do Conselho, Dr. Oliveira Salazar. Lá lhe aparece um parecido, só que infinitamente mais estúpido, sem estudos, e profundamente inculto...
A singularidade deste concurso, pelo que me chegou, é que tem data de início, mas não finda: é uma coisa talhada para a Eternidade, assim como as Pirâmides do Egito, e será o Ramesseum da desgraçada, e das suas amargas ideias. Esquece-se de que estará politica e socialmente morta, de aqui a um mês, e que NADA ficará da sua memória, exceto um ódio profundo. É estranho que legisle para a Eternidade, mas deixa coisas sólidas, como o Código de Hamurabbi: "40 páginas de um texto qualquer", no qual o frango, com 15 anos de casa, se candidata à categoria de criada de dentro, com direito a avental e crista.
40 páginas deve ser um número cabalístico. É pena não ter tempo para investigar, mas deve andar próxima do célebre MBA que ela deu a um gajo com diploma deficiente, que desde logo a presenteou -- os ressentidos são sempre generosos -- com a Pasta da Educação, daquelas raras pastas que, como a da Cultura, tal todos nós sabemos, podem ser ocupadas por qualquer um.
Suponho que queira terminar o sinistro mandato com o oposto da ideia com que começou: uma "geral" de titulares, para contar cabeças, a ver quantos ainda se ajoelham, perante as últimas "ideias" de uma moribunda política e moral.
(A "geral" dava-lhe eu, e era enviá-la para as celas de alta segurança de Monsanto, onde abriria as pernas e os teria de classificar de "Insuficientes", "Suficientes", "Bons", "Muito Bons" e "Excelentes". Os Insuficientes e Suficientes teriam direito a repetição de prova, e os Bons, os Muito Bons e os Execelentes, idem aspas, aspas, que é para isso que foram criados os especialistas...)
Suponho que os Professores entendam isto como a derradeira humilhação de uma criatura execrável.
Como é costume, é melhor começar a ler os meus textos sempre pelo fim. Tudo o que escrevi atrás era redundante e esperado: encaixa perfeitamente nas manifestações de caráter anteriores. Novidade, novidade,é o meu amigo S.N., que esteve clinicamente morto, e a quem tentaram todos os métodos de reanimação, até chegarmos ao ponto daquele cabecear dos médicos, que só quer dizer, "pronto, este acabou...", mas não tinha acabado: como em Dreyer, houve uma silenciosa ressurreição.
As Juntas Médicas, para quem o importante são as ideias da criminosa Lurdes Rodrigues, mandaram-no trabalhar (!), aliás, como todos os desgraçados que por lá passaram, naquela tarde....
É bom saber que, na ausência da Linha 24, ainda continuamos a ter Juntas Médicas milagreiras.
Suponho que seja a discreta e doce mãozinha da Senhora de Fátima.
(Pá, para começar, era um tiro nos cornos, e depois logo se via..., no "Aventar", no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "AAATCHO", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
27
Mar09

The Magalhães' Generation

TC
Imagem do KAOS
Não, não, de todo, o texto não é meu, é da Leonor, mas retrata brilhantemente um mundo desconhecido da maioria dos Portugueses (Nota: nenhum dos retratados é filho de Emídio Rangel, do "Búfalo da Coca" ou de Albino Almeida. São só filhos do homem comum, por muito que isso custe ao homem comum e não comum)
"[...] Em contexto de sala de aula, os alunos ouvem música, recusam-se a tirar os fones e, muitas vezes, dançam e meneiam-se ao som da "batida sonora". Comem frequentemente e já aconteceu haver bolachas a "voar" entre carteiras. Com frequência, voam também correctores, canetas, bolas de papel, pedaços de borracha, aviões de papel, tudo o que dê para divertir. O barulho é excessivo, e cruza-se com risotas continuadas, que só excepcionalmente permitem que o professor se faça ouvir. A irresponsabilidade é total e estas atitudes "atraem" também a minoria que tenta ouvir alguma coisa. A linguagem é obscena, desbocada e até escatológica. De vez em quando sai um assobio. Alguns alunos usam as calças nas pernas, ficando com as cuecas à mostra. Quando se referem aos professores fazem-no com uma linguagem algo imprópria e desrespeitadora. As conversas da aula (entre eles) são por vezes sobre assuntos desviantes e os interesses são totalmente divergentes dos da escola. Raras vezes há mais do que dois ou três alunos a ouvir o que o professor diz. A maioria passa as coisas do quadro para o caderno, de modo automático, sem interiorizar o que está a escrever, porque está a ouvir música em simultâneo. Frequentemente os professores das salas contíguas batem na parede tal é o barulho por eles provocado e também assistem com frequência aos seus desacatos. Mesmo autorizados a fazer os testes com consulta, os resultados foram fraquíssimos. Quando chamados à responsabilidade, a culpa é dos professores, não ajudam nada, eles é que são vítimas da injustiça. Quando são repreendidos "não fizeram nada"... "estão a ser perseguidos"... "o professor está ali só para os lixar" e portanto "vão ao Conselho [Executivo]".
Desde o meio dia de hoje que, volta não volta, me rio até à lágrimas com este texto fabuloso.
Espero que vos devolva a esperança sobre o futuro de Portugal...
Boa noite.


(Pentágono não sei se para rir se para chorar, no "

Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
20
Jan09

Ó, Albino Almeida, põe-me uns binóculos, e atualiza-te para o real desastre que hoje é a tua querida... "Família"!...

TC
Imagem do KAOS
Para quem me conhece, sabe que sou bem-humorado, detesto preconceitos e sou tolerante, mas, quando embico com um qualquer quisto, ai do quisto!...
Durante meses, ouvi falar desse Albino, mas pensava que era algum treinador de Futebol, e não percebo peva de Futebol, até que me disseram que esse gajo era... Pai, enfim, pais são como os chapéus, há muitos, mas este era um pai especial, meu deus, o que será ser filho de um gajo com ar de agente auxiliar de uma Agência Funerária)..., e é por isso que as crianças crescem cada vez mais infelizes, complexadas, e esmagadas por superegos que nunca chegarão a entender.
Hoje, durante mais uma das greves bem sucedidas, que haverão de levar a Lurdes a afocinhar no chão, "en passant", pela televisão, antes de ir a mais uns saldos do "El Corte Ingles", comecei a prestar mais atenção ao destaque que se dava a essa figura, algo secundarizada, e que é o "pai", ou a "mãe", conforme queiram. Acontece que, muito para lá de tudo o que se possa pensar, ambas essas figuras são o fulcro do atual problema educativo, não querelas entre docentes e uma ministra deplorável, porque o que sucede nas escolas não é mais do que o posludium do que vem herdado de casa.
Para o Senhor Albino, desde já, um comentário à maneira: acho que tem cara de sacristão das arcaicas crendices de Fátima, e os "sacristães" não procriam, ou se procriaram, violaram o voto de castidade.
Pronto, já mordi, passo adiante, e vou debruçar-me sobre aquilo que, exaltadamente, o fariseu clamava deverem ser os "serviços mínimos das escolas".
Portanto, eu vou-lhe retorquir, já que é tão normativo e interveniente, com o que deveriam ser os serviços mínimos da Família, que ele tão quixotescamente pretende representar:
1) Casa casal devia, antes de trazer algum filho ao Mundo, apresentar uma Carta de Procriação, onde tivesse passado, em teste e exame, e que indicasse estar em condições de procriar, para evitarmos as Esmeraldas, as Maddies e as Joanas deste mundo, pobres desgraçadas, filhas da pior ralé humana que a espécie já conheceu.
2) A Escola é um lugar de formação, não um refeitório, pelo que, antes de enviar o seu filho para a aula, se deve assegurar de que vai convenientemente alimentado. Se não pode, informe a instituição, e cada docente deverá ser avisado de que tem defronte de si um pobre ser humano, a quem a crueldade, ou impotência, familiares, ali despejam, para que a "malta se desenrasque". Sr. Albino: Nenhuma criança alguma vez poderá aprender o que seja, se estiver com fome.
3) Sr. Almeida, vá de porta em porta, e impeça as famílias desestruturadas de despejarem os seus filhos na Prateleira de Costas Largas do Ensino: verifique -- essa é a sua função -- se as crianças não são torturadas, violadas e abusadas em casa. Sabe que são atirados para a Escola putos que sabem que a mãe se prostitui, o pai está preso e o padrasto se droga, e o espanca?... O Sr. não sabe, mas o professor sabe, e também quer ser avaliado, por esse tremendo e surdo trabalho social que desempenha e lhe não incumbia. Caso o desconheça, Sr. Almeida, esse pronto-socorrismo social não vem nos parâmetros de "Excelência" da incompetente humana, que tutela a Educação. Nem isso, nem coisas piores, que não me atrevo a pôr aqui, para não maldispor os leitores.
4) Sr. Almeida, faça um levantamento dos livros e recursos culturais que a criança tem, ou não tem, em casa: evite que o docente tenha de lidar com autênticos "meninos-lobo", que nunca viram um livro, cujo único multimédia foram infinitas glorificações dos analfabetos do Futebol, e cujo horizonte existencial e linguístico é o quotidiano "ha dem" da mãe e o "caralho-foda-se", do pai, quando está a olhar para os calções transpirados de
5) Sr. Albino, pergunte, em cada casa, quais são os hábitos de higiene das suas... "Famílias". Garanta que a criança não é ostracizada pelos colegas, por dizerem que tem... mau-cheiro. Pode acontecer que o primeiro banho que tome seja na escola, e a escola não tem recursos para dar banho a todos os que se sentem humilhados, e tem de erguer uma permanente barreira de defesa deles, que também não faz parte dos "excelentes" e das quotas.
6) Sr. Almeida, sabe que há alunos que foram excluídos de todas as instituições, e caem em estranhas escolas-alvo, onde os professores são forçados a desempenhar o tal papel dos psicotutores, de que a Finlândia tanto se orgulha, mas que não são objeto, cá, de qualquer preparação prévia?... E sabe por que é que as pessoas se têm de tornar em tutores e ser pais alternativos?... Porque as famílias, ou não prestam, ou não servem. Peça-lhes avaliação por esse trabalho, e exija serviços mínimos no... Lar.
7) Sr. Albino, sabe que há alunos que utilizam, com a maior familiaridade e frequência, o pior calão e os tratamentos mais violentos?... E sabe de quem é a culpa: da família, onde o tratamento corrente é de "cabrão" para cima, e de "puta" para baixo. Não sabia?... Deve ser por frequentar famílias de rodoma de vidro. A maior parte dos professores deste país frequenta famílias reais, e filhos provindos de famílias reais, que soltam constantes palavrões, porque esse é o romance corrente dos seus ambientes familiares. Vá lá a casa, e peça aos pais, que adorarão ser filiados no seu clube de exceções, serviços mínimos de educação. Se apanhar com um taco na testa, não se espante.
8) Sr. Almeida, sabe que muitas vezes os meninos se voltam para o Professor e o ridicularizam, dizendo, "você não acha que anda a perder o seu tempo aqui, a ganhar uma miséria, quando o meu pai, numa noite de tráfico, tira o que você saca num mês?..." Vá lá a casa e diga a esses pais que o tráfico de droga não é uma atividade socialmente venerável.
9) Sr. Almeida, quando ouvir um pai reclamar que as greves são um escândalo, porque não têm onde deixar os filhos, vá lá a casa e grite-lhes aos ouvidos que o ambiente familiar tem de ter reservas e sistemas de acolhimento, a chamada Estrutura Familiar, porque as escolas não são depósitos de corpos, são espaços de convívio de gente em idade e emotividade frágil, não prateleiras para famílias que se esqueceram da palavra "amor", "respeito" e "educar". Se não conseguir nada, peça para a SUA Ministra colocar como parâmetro de avaliação o "entreter" meninos. Antigamente, essa função era atribuída a palhaços e o único que eu vejo neste processo é, curiosamente... você.
10) Pobre Albino: sempre que você receber na sua sala um aluno de ténis rotos e jeans fora de moda, e o vir ser gozado pelos colegas, vá ter com a família e pergunte por que o vestiu assim. Se se lhe depararem grupos familares a viver abaixo do limiar da pobreza, deixe-os em paz, e dirija-se diretamente a esse Governo Torpe, de quem você faz tão bem o papel de Comissário, como os havia nas ditaduras de Leste e Oeste, e que tornou Portugal num abismo de Muito Ricos e Muito Pobres. É o professor que tem de perder tempos infindáveis a reequilibrar estes grupos potencialmente explosivos, tempo no qual não ensina, protege o desprotegido e que, curiosamente, também não entra para a Aavaliação. Tempo de gente muito mal paga para evitar que a Sociedade expluda logo ali, no limar dos 5, dos 6, dos 10 dos 11, dos 15 e dos 16 anos.
11) Miserável Almeida -- não te importas que eu te trate por tu, pois não?... -- faz assim: sempre que te chegue aos ouvidos que os alunos vão armados para as escolas, faz o teu papel, e vai, de porta em porta, revistá-los, um a um, com detetores de metais, para evitar que tenha o professor de ser ameaçado nas aulas, os colegas assaltados e um clima de "gang" a instalar-se num espaço que a grande tradição sempre viu como algo próximo de um santuário, mas que a incúria das tais famílias que tu descinheces e da destruturação social dos Governos das Donas Lurdes e afins permitiu que se transformasse num mero antro de facadas.
12) Obsoleto Almeida: vai de porta em porta, e pergunta por aquelas famílias que preferem andar a feijão e arroz, para que os meninos possam ter os seus fins-de-semana de álcool, droga e discoteca garantido, para entrarem, segunda de manhã, em tal estado que passam as aulas a dormir, ou com "feedbacks" de pastilhas e LSD, que chegam a nem perceber estar em calsse. Vai à porta dessas famílias e exige-lhes os serviços mínimos de Família. Se não cumprirem, põe-nas, caso a caso, em Tribunal: é um favor que fazes a 140 000 afrontados.
Não vou ao 13, porque o 13 dá azar: isto é só um prolegómeno de tudo o que tinha para te despejar em cima, Albino Almeida, e sabe que, quando eu ataco, é mesmo de fugir. Pensa que até estou a a ser simpático contigo, e que o teu conselho 13 é hoje substituído -- "surprise!..." -- por uma bonita imagem: sou eu, a ver em ti uma barata rastejante e servil, a quem hoje me deu para pôr o calcanhar em cima, para te acabar com tanto sofrimento. Dizem que as baratas podem transmitir maleitas, e eu não queria que os alunos de Portugal, do mais pobre ao mais rico, adoecessem, só pela causa do teu insistente rastejar.
Albino: vai-te catar!...
Muito Boa Noite.


(Pentagrama mata-baratas, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

12
Dez08

Maria de Lurdes Rodrigues como Prefácio da "Dióptrica", de René Descartes

TC
Imagem demasiado inspiradora do KAOS
Isto não são horas para vir para aqui falar de Leis da Óptica, deus me livre, antes desmanchar um pé, mas há momentos em que nos devemos sentar, e olhar para as sabedorias daqueles livros já velhinhos, para tentar perceber alguns efeitos essenciais. É vetusto o ditado de que, muitas vezes, a árvore oculta a floresta, do mesmo modo que todos nós, que não somos ceguinhos, já assistimos a fenómenos de "miragens", por excesso de aquecimento do asfalto e do meu rico Deserto, que eu tanto adoro.
Todas as noites juro que não voltarei a escrever mais nenhuma linha sobre Lurdes Rodrigues, mas o clima de derrapagem global em que vivemos, obriga-me, dia após dia, a quebrar a minha promessa, e aí vamos nós, outra vez...
Parece que Lurdes Rodrigues e os seus dois testículos se reuniram hoje com os Sindicatos, e vamos começar pelos Sindicatos: houve um tempo, e eu conheço algumas dessas pessoas, em que os percorreu o pavor de voltarem a dar aulas, pavor de que 10 000 000 menos 140 000 Portugueses sentem, ou, no seu perfeito juízo, deveriam sentir. Essa foi a primeira habilidade da Senhora Lurdes: mostrar-lhes que só décadas de um relativo equilíbrio, de cumplicidades, sonegações e fechares de olhos lhes tinha garantido uma espécie de imponderabilidade e de frequência do "no-men's land", que era estar, não estando, no papel de representar aquilo que já não praticavam. De repente, ao verem, imprevistos, 100 000, e depois 120 000 profissionais na rua, sentiram uma nova força, e enveredaram por uma estratégia revigorada de pulso de ferro, cuja oportunidade histórica não vou questionar aqui, porque a a factura também já aí vem a caminho, e, em breve, vocês a perceberão.
Também não vou desencriptar a frase, desencriptem-na vocês.
O segundo momento, e há Tácticos da Desorientação profundamente infiltrados em todo este processo, foi as pessoas enfiadas na Docência, talvez das classes mais exóticas do nosso Sistema Solar, e conheço vários membros dela -- que vão do mais repreensível ao mais santo -- pensarem que o que estava a acontecer não lhes dizia directamente respeito.
Dizia, e dizia não só a elas como aos alunos, aos pais dos alunos, e a toda a zona de impacto social alargado que queiramos associar a estas categorias.
No total, não para mim, que sou fraco em cálculo e forte em intuições, É MUITA GENTE, e aqui vamos já passar à hipótese:
1) e à "Dióptrica", um dos textos mais chatos de Descartes: ou em todo este processo, há um erro de focagem, e, quando nos referimos a Maria de Lurdes Rodrigues como Ministra da Educação, e nela pensamos como a Ministra de um Governo sustentado por uma Maioria Absoluta, estamos a incorrer no erro de nos centrar na Árvore e a desfocar, como consequência, a Floresta.
A hipótese 2), que é a minha tese, é a de que Maria de Lurdes Rodrigues não é um membro de um Governo específico, mas o rosto de uma espécie de Sargento do Regime, assegurado por várias maiorias-sombra, com nomes diversos, como David Justino, Aníbal Cavaco Silva, Mário Soares (um estreante...), José Sócrates, Albino Almeida, Mariano Gago (a pessoa que ela sempre consulta, antes de dar um passo, portanto, um dos principais responsáveis por esta porcaria toda, e estive hoje, mesmo, mesmo, para lho dizer, "face to face", mas adiante...), Augusto Santos Silva, e mais uns quantos, que irão emergindo da sombra, histrionicamente, à medida que a situação se agudize.
Conduz isto, silogisticamente, a que as pessoas que estão, em campo, a afrontar Lurdes Rodrigues não estão a afrontar um qualquer membro de um mau governo, mas um putativo bom membro, julgado apto para uma missão homérica, por todo um Regime, e, já aqui, se obrigaria a uma táctica refocagem da cena.
Lurdes Rodrigues, como todos nós, é um ser humano, com existência quotidiana, sentimentos, impulsos, momentos de maior força, e outros, de recolhimento e tristeza, e temos de concordar nisto, com risco de podermos acreditar estar a viver num filme de monstros.
Humana e politicamente, portanto, ela já não deveria estar onde está, a não ser que a sua presença física e a sua imagem estejam a ser utilizadas como blindagem de desgaste por poderes-sombra, quanto a esses, sim, muitíssimo mais complicados e impiedosos.
Não pensem, portanto, os Docentes, que estão a fazer uma luta clássica, porque não estão, e podem incorrer no risco, de, de repente, se acenderem as luzes e serem apanhados com as cuecas na mão.
Este é um risco real, e pressupõe uma imediata alteração de estratégias, e imediato quer dizer... JÁ.
No seu seu silvar, Medina Carreira, como Silva Lopes o faz, com a mesma coloquialidade e frontalidade, advertiu-nos para tudo isto ir acabar mal, e com muito barulho. Pode acontecer, como parece, que a trincheira mais a jeito seja este conflito docente, e pôs o dedo na ferida: ganha a luta quem provocar menos estragos na envolvente familiar, ou, por palavras outras, que ganhar os pais como aliados.
Os pais, e afins -- e nesta categoria não incluo esse senhor Albino, porque, com a cara que tem, devia estar num Seminário, com voto de castidade, e, portanto, sem filho algum, excepto aquelas porcarias solitárias, feitas com os cinco dedos, invocando o nome do Senhor Santo Cristo e os êxtases da Santa Teresinha Marota de Ávila, que nojo... -- não podem usar a escola como curral para depositar as bestas que geraram em casa, nem berço para os muitos meninos jesus que julgam ter concebido por obra e graça do Espírito Santo, e essa é uma pista para os Professores, singela e angelicamente, começarem a questioná-los sobre se entendem "Professor" como transmissor de conhecimentos, ou "professor" como -- desculpem-me o anglicismo -- "entertainer", e guardador de rebanhos tresmalhados. Porque, no primeiro caso exige-se perfil de excelência, e, no segundo, um excelente perfil, para o qual a profissão docente não está minimamente vocacionada.
A Boa Escola, a bem dizer, deveria ser um lugar lúdico, de onde se saísse mais feliz e mais sábio, com gratitude e gratificação, de parte a parte.
O Sargento do Regime, Lurdes Rodrigues tem, como horizonte, o oposto desta Utopia, que resumi, na linha atrás, e os seus critérios sofrem de dupla esquizofrenia: berrando pela "excelência", coarcta o poder haver uma excelência global, e centra os seus esforços em economias de mealheiro, inauguradas por Ferreira Leite, geridas por funis, e seguidas por todos os trastes que lhe sucederam, e que nada têm a ver com Qualidade, mas com miseráveis quantidades de gaveta de merceeiro; por outro lado, pública e diariamente, demonstra que o importante é a papeleta académica, e não o processo da sua obtenção, como muito claramente o demonstrou o seu discípulo, José Sócrates, no vergonhoso Processo do Diploma, AQUI rememorado: de aí a multiplicação dos EFAs, dos CNOs e merdunças afins.
A saída política é a de David contra Golias: há uma Classe Profissional a lutar contra um Regime Apátrida e Apartidário, um Polvo Gigantesco, portanto, regressamos, por inerência, à necessidade de Imaginação.
Todos os aliados desta peleja são bem vindos, e vamos acabar aritmeticamente: Maria de Lurdes Rodrigues não é um problema de Governo, é um problema de Regime, de modo que se pode facilmente resolver, numa votação de geometria variável e transversal. Numa Assembleia com 230 Deputados, 121 pertencem à denominada "Maioria", de onde, consequentemente, 109 pertencem à "Não-Maioria": há 12 cabeças, que fazem a diferença, e a diferença, para suspender um processo, assenta aqui num número aziago, o número 13. De boa, ou má fé, o Partido Social Democrata, como consequência daquela coisa triste que foi ter assinado e abandonado uma votação, avançou hoje, pela voz de Paulo Rangel, com algo que reputo de meritório e gratificante, para uma Democracia que já entrou nos Cuidados Intensivos: apresentar uma nova proposta, agora, em regime de redenção, para a Suspensão de toda esta porcaria em que se tornou o Processo da Carreira Docente.
O PS já angariou 6 cabeças, que demonstraram estar CONTRA a postura amoral, acívica e anormal da equipa da Educação. Faltam 7, e compete às iniciativas cívicas fazerem-nos desalinhar do "rebanho" da disciplina partidária para os fazer alinhar com a bancada da Maturidade Cívica.
Esse é um trabalho de todos nós, e vamos ter de apostar nele, com calma, tempo e paciência, mas, para que não pensem que abandonei a célebre postura de "enfant-terrible", vou terminar este texto à... minha maneira.
De facto, não são só 7 pessoas que têm de ser convencidas, são 8, porque houve uma gaja, uma tal de Rita Seabra, que abandonou a sala, no momento da votação, para não violar os esteios que a ligavam ao chumbo determinado do PSD.
A mulherzinha parece que gostaria da Avaliação, e eu vou já avaliá-la aqui: querida, quem trai uma vez trai todas. Você traiu um partido, para apanhar uma boleia de um outro, quando o segundo parecia "estar a dar" mais do que o primeiro, e enganou-se ligeiramente, porque nunca mais reganhou qualquer diginidade.
Para mim, como para muitos Portugueses, trata-se de um puta, como muitas há, e o seu lugar não seria na Assembleia da República, mas numa das esquinas do ramo, para angariar fundos para as criancinhas com fome.
Portanto, um Bom Natal para si, Dona Seabra.
Abra-se..., isso..., vá-se abrindo, que a gente até gosta de a ver abrir-se toda...

("Pot-pourri", no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

05
Dez08

Questão Tomista: "Será possível que um bando de "zombies" incompetentes e de má-fé possa assegurar a educação de gente viva e saudável?...

TC
Imagem do KAOS
Falar de Educação, coisa que, desde o advento do Iluminismo, era sinónimo de Futuro, Claridade e Esperança, tornou-se, em Portugal, irremediável sinónimo de Luto. A mulher não tem culpa do ar que tem, mas têm enorme culpa da atmosfera que geram as sombras pardas que, por detrás dela, se perfilam.
Sou, como qualquer Português no seu estado de perfeita sanidade mental, anti-lurdista, como sou anti-cavaquista, anti-socratista ou anti-pinto-da-costista.
Faz parte da higiene mínima.
Hoje, todavia, ao perceber, mais uma vez, que a mulherzinha não é mais do que uma tipa obstinada, fraquita em termos académicos, e cheia de mazelas emocionais e de cicatrizes existenciais, a minha palavra mais verrinosa vai para os que a estão a usar como escudo protector. Bem puxados da sombra, eles lá saltam, uns atrás dos outros: o Valter Lemos, cuja aparência e competência cognitiva imediatamente remeteriam, se submetido a qualquer AVALIAÇÃO, para a parte de trás de um balcão de comércio tradicional de venda de... sei lá, pode ser queijos e fiambres; o tal Augusto Santos Silva, que sabia muito da missa, mas não teve tomates para fazer nada, e agora se escuda por detrás da figura da Sinistra; o Justino, que se calou, mal percebeu que aquilo estava a transbordar para os lados do Palácio das Marquises e o desgastado Sócrates, que, ignaro em tudo o que é Ciência, deve ter feito Economia também com AVALIAÇÃO por postalinho e encomenda das almas.
Vindo da Área das Ciências Duras, detesto Economia, como detesto Sociologia -- e lá me desculparão os meus leitores que escaparão a esta leitura simplificada que vou fazer -- pela simples razão que detesto qualquer ciência que, em termos de abordagem de momentos críticos começa as suas frases terapêuticas com um "parece que", ou "é provável que".
Quando o Sr. Sócrates vem, ufanamente dizer que os Portugueses irão viver melhor para o ano que vem, porque os juros estão a baixar, o preço da gasolina a descer, as prestações da casa a declinar (?) e a inflação a cair, eu uso as armas do costume, e digo-lhe "parece que" o senhor não sabe que um corte de taxas de juro até ao 0% é equivalente às sinusoidais dos aparelhos médicos passarem de ondulatórias cíclicas a linhas rectas: isso quer, tão-só, dizer que o paciente está morto, e o paciente aqui, é o Sistema Financeiro, e a sua arena produtiva, o Tecido Económico.
Quando o Sr. Sócrates acordar para que "seja provável" que passemos da Recessão à Depressão, e da Inflação à Deflação, e os juros se tornem negativos (!), talvez desperte do seu Sonho Armani, e se concentre mais na batata saloia que tem na ponta do nariz, percebendo que a sua Quimera chegou ao fim.
Até aqui, tudo bem, não fossemos nós, você, leitor, e eu, ficcionista, sermos os pagadores da factura dessa Quimera.
Adiantando uns rumores, "parece que" já poderá ter sucedido que o nosso derradeiro Balão de Oxigénio Comunitário esteja a ser desbastado em despesas correntes, a salvar números fictícios de "deficits" às centésimas (!) e a pagar calotes de Banqueiros, traficantes de armas, de drogas e de prostitutas/os. E, se isso "for provável", nós acabámos, enquanto autonomia política, e deixámos de ter viabilidade nacional.
Não me apetece falar disso.
O derradeiro beijo, o da Morte, é, de novo, para a Lurdes: de cada vez que ela recua, mais se comprova que nunca existiu. Tinha uma ficção, alicerçada em tempos de modas e bordados, em que as pessoas se perfilavam, de batinha, com o nascer do sol, e tomavam banhos de água fria, depois de noites de pesadelo, de não saber quem era o pai, e por que estaria internada naquele inóspito colégio, e sonhvam com EXCELÊNCIAS de Quadros de Honra com moldura de croché.
Essas são as suas recordações, minha senhora, não o Brave New World que os Professores deste país têm de transmitir, através de uma insuportável tensão emocional, aos seus educandos. Agarre nesse Albino -- figura que eu nem nunca tinha percebido que existia -- até ver, na TV, um gajo com ar de sapateiro pobre, daqueles que têm o sotaque do "achim", ainda por cima disfarçado, e que parece que é pai, e case-se com ele.
Coitados dos filhos.
Propunha o bom senso, que se fizesse um Erasmus entre os filhos do Albino e os filhos daqueles que não têm pais assim, e se pusesse o cavalheiro numa cena do "dá-me o telemóvel já", mas estilo traficante, de capucho, brinco e naifa em punho. Que lhe partissem os óculos e apanhasse uma punhada na cara, como recentemente aconteceu a mais uma professora deste país, ou que viesse dar aulas de substituição para Camarate ou para a Apelação, ou a esfregar mesas, cheias de "graffiti" ordinários (O Albino é paneleiro..., Ó Lurdes mama aqui...), para ele despertar daquele coma nojento jesuítico, e olhar para a REALIDADE, que é coisa bem diversa e adversa do que lhe ensinou a "Imitação de Cristo".
Quanto à Dona Lurdes, que Deus tenha, veio hoje às Cortes fazer um pedido patético, como fazem os desgraçados, aos revisores dos comboios da CP: olhe, eu ia para a última estação, mas esqueci-me de comprar bilhete. Acha que tenho descer na próxima, ou posso ir mesmo até ao fim?...
Coitada da Lurdes, hoje, ela até já cedia na tal Avaliação, mas... só para o Ano. Para o ano, mulherzinha, se lá chegarmos, haverá Eleições, e você será arrumada na prateleira da Mulher mais Odiada de Portugal.
Teve azar: quis o Fado que tivesse uma infância difícil e uma velhice ainda mais deprimente. Quanto à Avaliação, olhe, faço eu o papel do revisor: não, de facto, você não pode ir até à última estação, sem bilhete. Tem de descer na próxima, e a próxima é JÁ, para que todos percebam que o seu apear terá de ser rápido e exemplar.

(Pentagrama do luto dos últimos dias, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
03
Dez08

Noctívaga divagação sobre uma tremenda Panela de Pressão

TC
Imagem do KAOS
Hoje, dia 3 de Dezembro, é um dia importante, para testar a maturidade da Democracia Portuguesa. Não sou de greves, sou mais gajo de livros e de paisagens. Por estranho que pareça, tenho o meu autor ao meu lado, a ler atentamente cada linha do que eu escrevo, o que é perigoso, para uma simples personagem de ficção.
Nunca vendi panelas de pressão, mas creio ser evidente, para quem as compra e quem as vende, que aquela pequenina pipeta giratória, lá no alto, que gira e assobia, é, para quem entende de Física, um perigoso aviso de perigo.
Eu, não, que sou personagem, mas o meu autor conhece membros da família do Sr. Sócrates, que se intitula, indevidamente, de "Engenheiro". Um é um filho da puta, que vendeu a alma do pai e da família ao Diabo: nada foi poupado pela sua vaidade; a outra, minha amiga de uma vida inteira, no seu pior período, acabou a falar com Deus, e isso também é profundamente mórbido.
Este Governo desconhece a lógica das panelas de pressão, e, ignaro em tudo, não percebeu que está perante uma panela de pressão, sem pipeta, e na iminência de estoirar. Mais: cerrou fileiras em redor da figura mais odiada de Portugal, e parece apostado em cair, com ela, da pior maneira, na rua.
Maria de Lurdes Rodrigues não presta, mas foi extremamente saudável que com ela se viessem agora solidarizar todas as figuras pardas do Regime: a ela deram-lhe, pois, uma solidez conjuntural, que já ultrapassou, em larga escala, aquele aspecto empobrecido de viuvinha de um gajo de agência funerária obsoleta. Assim como a Maria do Cavaco "ajeitava" as toalhas do Palácio de Buckingham, quando era convidada para os jantares de Estado, esta pobre limita-se a puxar as peúgas dos mortos para cima, antes de os embarcar na urna do esposo.
É uma figura patética, mas teve o condão de nos conduzir a um processo de reflexão social sumamente importante.
O que hoje irá acontecer não será uma grevezita de professores: conseguiu por ascese e ascensão, distanciar-se de uma pequena entorse, chamada "avaliação", para se posicionar em coisas mais vastas, que eram as regras do jogo do próprio exercício docente, ou seja, questionou a possibilidade, hoje, de uma verdadeira Deontologia, num quadro viciado e mal enformado, e foi subindo mais, aqui se entendendo, por "subir" uma coisa bem mais diversa: o descer às catacumbas das próprias raízes éticas, morais e emocionais de uma descontrolada deriva.
Normalmente, as "greves", coisas desgastadas de séculos passados, contrapunham-se a questiúnculas, em redor de proventos financeiros, ou discórdias de alíneas, enfim, solavancos de diferentes interpretações da Retórica. Maria de Lurdes Rodrigues e o horror que a cerca conseguiram levar a coisa bem mais fundo: questiona-se agora todo o campo possível de exercício da actividade mais sensível de cada Sociedade, a Educação, e, cavalgando o trocadilho, passámos para a Etiqueta, ou seja, aquele verniz de regras que separa a Boa da Má Educação.
Para mim, mero espectador de um ciclo de declínio político e moral, essa mulher está, irremediavelmente, do lado da Má Educação, e morreu, no dia em que sobrepondo-se a decisões de Juntas Médicas, a direitos de ausência, de oposição de consciência, ou de mero exercício do direito de greve, convocou, com o disfarce de uma Requisição Civil, todas as hostes sob a sua Tutela, para assegurarem uns ridículos exames de Estado, que não aqueceriam, nem arrefeceriam, normalmente, qualquer outro país.
Hoje, à distância, a resposta deveria ter sido a de uma desobediência civil, com todas as consequências que isso pudesse ter, e ver se a criatura -- o monstro -- se atreveria a avançar para o grau de emergência superior, o da Requisição Militar.
É o que dá apanhar as pessoas de surpresa.
Nesse mesmo dia, enviei-lhe um email, cuja cópia guardo, a dizer-lhe, frontalmente, que eu, que, por polidez, não dou ordens às minhas empregadas, me recusava a recebê-las das domésticas dos outros...
Interiormente, saudei essa capacidade de se sobrepor às decisões de Juntas Médicas, e passei a tratá-la, carinhosamente, pelo epíteto de "A Curandeira", como tratava a defunta Santa da Ladeira.
Acontece que não se tratava de uma Curandeira: tratava-se de uma mente criminosa, que, logo a seguir, enviou cidadãos portugueses para a Morte, no exercício das suas funções. Já, aí, nesse momento, deveríamos ter avançado com uma queixa, para o Tribunal Internacional dos Direitos do Homem, e não avançámos, porque creio que ninguém se aperecebeu de que aquilo era profundo, estrutural, para ficar e repetir, embora com outros cheiros, cromatismos e sabores.
Reza o Artigo 19.º da Constituição Portuguesa que em qualquer situação se pode proceder a uma suspensão de direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de sítio ou de estado de emergência, os quais só podem ser declarados, no todo ou em parte do território nacional, nos casos de agressão efectiva ou iminente por forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional democrática ou de calamidade pública.
Essa mulher não leu isso nesse célebre dia, nem quem o sabia o invocou, para desde logo a apear de toda a sua arrogância.
Suspendeu os direitos cívicos por uma bagatela, chamada "Exames", e conduziu, posteriormente, por cumplicidade passiva, e omissão de fiscalização, colegas de uma classe profissional para a Morte, violando, do mesmo modo, como uma bagatela, o Artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: "Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes", e aproveito a citação, para ascender, ainda mais alto, ou proceder a uma análise mais profunda. Quando em cada um dos seus actos, se percebe o sadismo imanente, e não são delas as palavras, mas de outra figura vexatória de qualquer Estado Democrático, Augusto Santos Silva, que admitiu que se tiveram de fazer "Maldades" (!) à Função Pública, nós transgredimos, largamente, o espaço de diálogo democrático.
Com estas pessoas não há qualquer tipo de Diálogo: há, esperar, que assumam responsabilidades políticas, e se demitam, de livre vontade, ou forçá-las à demissão, por permanente exercício do Direito de Indignação.
Com o crescer da pressão, essa Classe Profissional, os Professores, é hoje a vanguarda de todo o descontentamente português de quem sistematicamente viola a Constituição e a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Tais governantes vivem à margem dos Princípios Fundamentais do Estado de Direito, e deveriam ter sido arredados dos seus cargos, há muito tempo.
A maturidade cívica é isso mesmo: passar das alíneas da discórdia, para a discórdia e identificação dos preceitos básicos da Coexistência Democrática.
Hoje, passámos das minúcias da Legislação para o campo da impossibilidade do exercício da Deontologia, e ascendemos à violação da Ética, para lhes retirarmos, por fim, toda a validade Moral do exercício das funções para as quais foram mandatados.
É isso que, dia 3 de Dezembro, está em debate, e no puro campo da acção.
A imoralidade é de tal ordem e a perversidade dos processos de uma tal amplitude que conseguiram transcender todas as divergências políticas, diferenças de pensamento e posicionamentos locais, e pôr em marcha as chamadas Camadas Inertes da Sociedade: hoje, a Tutela da Educação é um mero exemplo da desautorização sistemática do exercício de uma profissão, e um fulcro, perfeitamente identificado, da violação de todos os códigos de relação das hierarquias de uma Profissão. Não são um epifenómeno: são uma epígrafe de um estado de coisas, e, como que por puro acaso, uma biópsia, generalizável a todo um estado patológico do Tecido Social: a da falta de respeito absoluto por um Povo.
Caminhando mais fundo, e para aqueles que têm conhecimentos de Psicanálise, os minuciosos processos de coacção, constrangimento, ameaça e sobressalto que invadiram o nobre exercício da Função Docente são o extremo oposto dos valores que competem, ao Professor, ser transmissor. Assistimos a uma Tutela onde há uma promiscuidade obscena entre os azares de um percurso existencial mal digerido, e uma necessidade de punição, castigo e prazer sádicos, no observar de um semear profundo de dificuldades, em quotidianos que têm, de facto, e por inerência, de viver de paz, calma e nobreza suficientes, para que os possam transmitir às gerações vindouras.
Nós, Portugueses, em nada somos responsáveis pelo sofrimento da Menina Lurdes, criança, nem estamos dispostos a guerrilhas, psicanaliticamente assestadas, a frágeis alvos do nosso próprio Inconsciente: não queremos reviver, na Idade Adulta, os filmes de terror e castigo que uma figura de má catadura insiste em projectar-nos, diariamente. Se a Senhora Ministra da Educação é um conjunto de traumas e frustrações, deve dirigir-se JÁ ao Serviço Nacional de Saúde, para que se inicie uma terapêutica adequada. É isso que é correcto e justo, não criar 10 000 000 de réplicas da mesma doença, nem comprometer, com a sua impiedade, a formação de todos aqueles que, no Futuro, nos virão substituir.
Por tudo isto, hoje, dia 3 de Dezembro, é um dia importante: inaugura-se um dia após dia, sem tréguas, nem cessar, em que o Inconsciente dessa mulher, sem remorsos nem piedade, deve ser reconfrontada com todas as punições que sofreu na Infância. É a mais negativa das Pedagogias, a do Olho por Olho, Dente por Dente, mas é a única linguagem que ela parece entender: fazer-lhe recordar, manhã após manhã, dia após dia, noite após noite, as humilhações, os vexames, os baldes de água fria e as vassouradas nas costas, com que, em hipótese, essa fria Casa Pia a terá tratado.
É pena ser um pedagogo a assinar este texto, mas há momentos da nossa vida em que, ou matamos, ou... morremos.
Não me apetece, como disse o outro canalha... ser "trucidado".
E é por isso que vos desejo hoje uma Boa Greve, Professores e não-Professores, antes de tudo..., Portugueses, sim, PORTUGUESES!...


(Rigoroso Pentagrama, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

15
Nov08

Contra o Aníbal, Contra a Ministra, Contra a Avaliação

TC
Imagem do KAOS
Dedicado à Margarida, que me trouxe um pouco de luz...
A minha especialidade é o Humor Negro, não a Educação, e só volto à Educação, porque ela hoje se tornou num inesgotável filão de Humor Negro.
Em qualquer país com tradição democrática e Opinião Pública forte, Lurdes Rodrigues já estaria demitida há muito, com uma plástica à Bibi, e a viver nos antípodas da Lusitânia, para sua segurança própria. Acontece que nada disso acontece. Diariamente, o país é um terreiro de desacatos, e o tom é de tal ordem que já desceu ao nível mais baixo das nossas instituições, ao ponto de um tal de Sr. Aníbal, a quem muitos, por incultura, subserviência e falta de memória, ainda se referem como o "Presidente da República", ter decidido soltar alguns perdigotos sobre o tema.
Sou contra Aníbal, porque o considero o protozoário que deu origem a todo este estado de coisas: para quem tem memória curta, foi ele que transformou o País, a Economia, a Cultura e a Educação numa paródia, com a Formação Profissonal virada numa série de esquemas mafiosos, que, na sua fase homérica, se limitavam a desviar Fundos da C.E.E., directamente para coisas suspeitas, tipo "Acções de Formação" do U.G.T., e, depois, na fase sofisticada, se dedicaram a fazer a mesma coisa, com outros nomes, em Associações de Camorra, tipo Roleta-BPN.
Como dizia o Evaristo, BPNs há muitos, seu palerma, e os que não foram ministros do Sinistro Presidente -- bom nome para um futuro blogue... -- como Oliveira e Costa, Rui Machete, Miguel Cadilhe, e o Lúgubre dos Lúgubres, Dias Loureiro, lá andaram perto.
É melhor não nos dedicarmos a essa filogenia, para não morrermos de medo e insónias.
Hoje, o Sr. Aníbal veio apelar à calma, mas a calma que ele pretende não é a calma da Cidadania, nem dos Países Civilizados: é a calma de um cobarde, borrado de medo, com as mãos sempre transpiradas, que ensaia mil vezes, diante do espelho, as medíocres palavras que profere, e que cada vez mais tem pavor de que as tais centenas de milhares de pessoas, e bateladas de tomates e ovos, em vez de se concentrarem no Terreiro do Paço, em São Bento, ou na Rotunda do Marquês, se lhe reúnam, bem debaixo das janelas do Palácio da Bandeira de Croché, e lhe repitam aquilo que, em toda a sua vida, mais o apavorou: o Garrafão da Ponte, versão Belém, mas, desta feita, em FORTE.
Sei do que falo: esse senhor, neste instante, é o único que pode fazer aquilo que, vilmente, Jorge Sampaio fez, quando lhe agradou correr com Santana, para lá colocar Sócrates, o amigo dos pedófilos de Portugal, e não o faz, porque sonha com ser o Cabeça de Abóbora de um hipotético segundo mandato.
Tivesse Santana feito um décimo do que este Sócrates fez, e teria sido liquidado, sem remissão, mas a verdade é que, em quatro anos, a máquina tóxica foi tão eficaz que nós ficámos de tal modo entorpecidos que não conseguimos perceber que o País está infinitamente mais às escâncaras, os escândalos multiplicados por elevadas potências, e o funcionamento das instituições de tal modo paralisado que a evidência seria a necessidade de convocação de Eleições Antecipadas, mas isso é outro assunto, que não me traz hoje aqui, e nem me aquece nem arrefece.
Segundo ponto: venho declarar "cosa rara", que sou CONTRA A AVALIAÇÃO.
É curioso que, num país de baixíssimas habilitações académias, se sinta a necessidade de "avaliar" as suas camadas mais habilitadas. A avaliação dessas pessoas foi todo o seu percurso: ou foram boas e os seus alunos as respeitaram e vangloriaram, por todos os lugares da Terra, ou eram más, e o sistema deveria ter tido uma auto-regulação, ao logo de décadas, capaz de de elas se proteger, e de de elas se livrar, quando necessário.
Aparentemente, quando o queria fazer, vinha a cunha política, ou quejanda, e relembro a célebre Luísa Campos, ninfomaníaca, cleptómana, mentirosa, pedófila, que desviava os alunos menores para a prostituição, que lhes pagava para sexo, mas que, por protecção do duvidoso Almeida Santos, ainda hoje continua (!) a dar aulas. Chegou a passar na TVI, como um dos exemplos, no tempo da discussão aborto, de uma "docente" que já tinha tido de abortar... Bom exemplo, era sempre de cabo-verdianos, com 5 vezes a altura dela. Nesta altura, já deve ser "Titular", e estar a avaliar as colegas de Português/Francês, por índices e objectivos, em numa escola que acaba em... "flores." Daria uma excelente assessora para os sonhos da Equipa Educativa, isto, partindo do princípio de que se não conhecem já e até são íntimos... A gaveta política e a sordidez são sempre idênticas.
Já dei voltas à cabeça, e nunca percebi o que motivaria esta aversão, ministerial, do Professor, excepto processos mal assumidos de recalcamentos psicanalíticos, ou pós-traumatismos de situações mal resolvidas, de gente com consciência pesada, ou pesadíssima.
A avaliação, a existir, far-se-ia por cima: pedir-se-ia, por exemplo, ao tal docente que deu ao Primeiro-Ministro de Portugal uma Cadeira Técnica de Inglês, que avaliasse publicamente o seu discente na mesma área: prova pública, com júri transmitido, em directo, e direito de votação, pela Opinião Pública. Se o cavalheiro se revelasse incompetente, receberia "insuficiente", e teria direito a recorrer, se bem que, ao voltar a falhar, dois "insuficientes" imediatamente lhe garantissem um bom par de patins para fora do Governo, que é como quem diz, da Função Pública.
Lurdes Rodrigues, por exemplo, deveria avaliar o seu formando, pedindo-lhe que apresentasse objectivos e parâmetros de aferição, no tal MBA (?) que lhe deu no ISCTE, e que lhe valeu, por nepotismo retribuído, a Pasta da Educação, na qual, como é sabido, ela se revelou extraordinariamente incompetente, de onde um objectivo único para uma avaliação "simplificada" de Lurdes Rodrigues: conseguir impedir o abandono escolar dos docentes com maior experiência profissional. Foram, este ano, diz-se, 35%, número suficiente para que Lurdes Rodrigues recebesse um "Insuficiente", o qual, acrescido de todos os "insuficientes" que já acumulou para trás, lhe valeriam imediata rescisão do contrato político que mantém, como medíocre Funcionária Pública. É evidente que, se se recusasse ao processo, deveria ser imediatamente "trucidada", como já disse o seu colega, par e elegante, no Governo, ou que "morresse", como ficou celebrizado noutro dos poemas políticos dos perdigotos de Aníbal Cavaco Silva.
A parte séria da história é emocional: todos nós guardamos, como memória das mais preciosas, os professores dilectos que nos marcaram para sempre. Ao lançar uma suspeita sobre toda uma classe, ou a exigir "avaliá-la", essa mulher nem sabe que não está a falar da Classe, está a falar de si mesma, e de todos os traumas que acumulou, numa instituição que, respeitável, é célebre pelos baldes de água fria e humilhações que infligiu aos seus formandos.
Srª. Dª. Lurdes, não temos culpa de que o seu pai -- desconhecido -- a tenha deixado entregue à Casa Pia, e que lá tenha recebido tratamentos gelados e draconianos. A Escola serve para ensinar amor e não prepotência, e se se quer vingar de mazelas do seu passado, faça-o frontalmente, e desenterre das tumbas quem para si tenha sido carrasco, não utilize como efígie de punições retroactivas quem nunca a viu mais gorda, ou, se a tivesse visto, lhe tivesse, eventualmente, conseguido comunicar um pouco de Humanidade, já que é essa a primeira tarefa do Professor. E, já que gosta tanto de faltas e de recuperações, ponha essa sua figura anedótica, chamada Valter Lemos, o "Serafim Saudade", que parece uma rábula do Hermann, a fazer provas de recuperação, por cada três faltas injustificadas que deu em Penamacor: consta que não sobrariam dias suficientes, até ao Juízo Final, para que tal tarefa cumprisse.
A realidade é que as pessoas que ainda têm percursos transparentes, nessa teia de coisas estranhas que é a Máquina do Ensino, têm hoje, por si, um asco e um desprezo tais que se interrogam e fazem apostas sobre qual poderá ser a sua esperança de vida, mal seja corrida da Pasta que ocupa, porque cada cidadão decente, sempre que se cruze com a mulher VULGAR que você é, e então se sentirá, se verá, até ao final dos tempos, obrigado a insultá-la, molestá-la e a fazer-lhe reviver todos os crimes de que foi cúmplice, no seu doentio passar pela Pasta da Educação.
Já vou longo: consigo, Dona Lurdes, e com o seu penduricalho, José Sócrates, de Vilar de Maçada, "Engenheiro" à pressão, todos atingimos o cúmulo da degradação do Poder Político. Que pedagogia poderá essa classe transmitir às gerações futuras com os dois maus exemplos que representais?...: um homem que forja cadeiras, pela calada da noite, e deixa encerrar uma Universidade, tão-só para que fique incompleta uma investigação aprofundada sobre o seu duvidoso percurso académico, e uma ex-professora primária, que se envergonha de escrever isso no seu currículo?... Que culpa têm, Dª. Lurdes, as martirizadas Professoras do Básico, que a senhora sinta como nódoa, no seu percurso, esse momento da sua vida?... Tenho de lhe dizer que trocava todas as suas medíocres publicações e as repugnantes relações que mantém com os seus colegas universitários com poder voltar a ser criança e voltar a ter duas ou três professoras que me deram os primeiros anos da minha educação... Lembro Madame Julie, e a Professora Vicência, por exemplo. Onde andarão agora?...
Juro-lhe que haveria de ressuscitar todos os mortos da Terra, para poder reviver esses momentos. A isso chamo eu AVALIAÇÃO, o muitos anos depois podermos voltar a ressuscitar os grandes momentos de AMOR vividos num tempo ingénuo e definitivo. Essas pessoas nunca precisaram de preencher quaisquer papéis: estou eu hoje, muito tempo passado, a fazê-lo por elas, evocando a grandiosidade da sua memória, e a perpetuá-las, em linhas lapidares.
De si, Lurdes, e das aberrações que a rodeiam, já escrevi muito, demais, mesmo, e cada linha minha, e o assentimento que provocam em cada um dos meus leitores, são a sua derradeira avaliação: você não é insuficiente, nem má, nem péssima, você é hoje a sombra de uma triste PÁRIA de toda a trama emocional do Sistema Educativo.

(Pentagrama ditado pelo mais mais profundo desprezo, no "
Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
11
Nov08

A angústia do Português, na véspera de desaparecer definitivamente da História

TC
Imagem do KAOS
De há uns dias para cá que a vontade de escrever é diminuta. Este blogue tem tentado manter uma veia satírica central, mas a sátira só é possível à custa de uma Realidade que pareça minimamente plausível..., sim..., nós sabemos que o Rei vai nu, mas, quando chegamos aos extremos a que ultimamente temos chegado, dos BPNs, das palhaçadas madeirenses, do silêncio do Chefe Supremo das Forças Armadas, da Dona Lurdes, que não percebeu que está humana e politicamente morta, da auditoria às contas da SIC, dos rumores do Montepio, da Caixa Agrícola, do BES e do BPI, dos almoços dos militares que se multiplicam, do aspecto das pessoas, nas ruas, nos transportes públicos, cabisbaixas e sem esperança, da enorme fantochada internacional, com o Bush a fazer as últimas, dizendo que queria abandonar a Casa Branca, mal pudesse e a saudar Obama (!), bom, não fica espaço para qualquer tipo de sátira, já que a Realidade é ela própria uma soturna sátira de si mesma.
Vítor Constâncio, toda a gente sabe, já devia estar demitido há muito, assim como Lurdes Rodrigues, o Cágado da Economia, e presos os Juízes todos que têm permitido o clima de impunidade do Estado de Não-Direito em que vivemos, mas não, a "Ordem" Democrática segue, e Constâncio vai mentir perante as Cortes.
Vou adorar.
Aparentemente, a Função Pública, os párias da Sociedade, nada eram, perante a pequenina ponta do lençol, que se levantou com o BPN, que, por sua vez, já era uma réplica do que sucedera no BCP.
Tudo, aliás, em Portugal, deve estar num estado parecido com o BPN e o BCP, mais coisa, menos coisa, a diferença é que, há meia dúzia de anos atrás, ainda se disfarçava a coisa, e agora já não se disfarça. Esperto foi o Guterres, que fugiu do "Pântano"...
O meu maior medo nem é interno. Estava a pensar em Tijuana, ou lá como é que aquela porcaria se chama, e Tijuana é, nada mais, nada menos, do que uma gigantesca favela de hispânicos, que se estende desde a fronteira do México até Los Angeles, e está, progressivamente, a invadir a grande cidade, tornando-se numa megalópolis de barracas e "desperados", que fazem surgir nos guias que aqueles lugares do nosso imaginário, Hollywood Boulevard, ou Sunset Boulevard já venham referenciados como "seguros apenas até ao número tal", e frequentável "apenas até à hora tal", Depois, vêm os desvalidos do Sonho Americano, com 14, 15, 16, 17 anos, assaltar os detentores de blusões de pele, de malas de marca, de jeans (!) -- sim, a "Lois" também fechou...-- assaltar quem podem. As lojas oscilam entre dois registos, quinquilharia, artigos de puta, quinquilharia, artigos de puta, quinquilharia, artigos de puta, ou uma versão "simplex", artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, artigos de puta, etc...
Acho fantástico, enquanto o sistema funcionar, ou seja, não houver só putas, mas também clientes, mas a situação deve durar pouco, com o excesso de oferta.Lindo vai ser o dia em que Obama, na iminência de uma insurreição generalizada e de uma guerra civil latentes, venha comunicar, não aos 15% de afro-americanos, mas aos 30% de "riqueños" que vão ter de ter muita paciência, mas o Sonho Americano acabou, e vão ter de passar a papar uma nova dieta, o Sonho Mexicano.
Vou adorar.
Ontem, o Paulo Pedroso, que anda outra vez ocupadíssimo, disse-me, ao telefone, que eu próprio andava numa deriva proto-neo-marxista, e às tantas até ando, embora só tenha lido a primeira página do "18 Brumário", e mais por causa de Napoleão do que de qualquer ideologia. Para vergonha minha, acho que, aos 15 anos, li "Mein Kempf" até meio, até perceber que aquilo era obra de uma mulher histérica de bigode, mas suponho que todas as ideologias tenham sempre uma mulher histérica de bigode à sua frente, seja ela Marx, seja ela Hitler.
Na realidade, isto está mau.
Naquele célebre sábado, lá desci a Avenida, em sentido inverso ao da Manifestação, para ver as montras da Boss, da Loewe e do Zegna, com toda a gente terrivelmente vestida, a anunciar um empobrecimento súbito de uma classe remediadamete média, até há uns anos, e acabei a tarde, com a Lena, a discutir o declínio da América Clássica, com a sensação de que aquelas 120 000 pessoas, uma das muitas classes que, neste momento, estão francamente mal, em Portugal, tinham sido discretamente ludibriadas. Havia uma gaja, daquelas histéricas, que berrava palavras de ordem num megafone, palavras nas quais ninguém pegava, e um outro gritava números, mas isto tudo soava ao pior carimbo que se pode pôr a uma coisa daquelas: "auto-complacência".
Foi a manifestação do Vazio e do Gelo.
Como dizem as línguas mais viperinas, para não darem aulas, os Sindicalistas seriam, e foram, capazes de vender a alma ao Diabo. Não sei se dar aulas já estará num patamar tal de degradação que tenha transformado qualquer lutador sindical num pequeno fausto, mas tal parece ser.
A figura que emergiu, imponente e fabulosa, foi a Gárgula Lurdes, com o seu apêndice, Sócrates, que agora tem um fantástico argumento entre mãos: que descarrilamento houve entre os poucos meses em que os Sindicatos dessa Classe se sentaram, à mesa, para com ela negociarem -- ela, a que mandara professores trabalhar até à morte... -- e o dia em que resolveram voltar para a rua, traindo o acordo, e levando a reboque 120 000 desorientados, que não perceberam que estavam a ser joguetes de uma novela que já não era, há muito, a sua.
Dia 14, parece, Cavaco vai ter um susto militar nos Açores, mas, no dia 15, das duas três: ou Portugal amadureceu ao ponto de ter uma Opinião Pública sólida, e transforma Lisboa num campo de pré-insurreição, ou se junta uma meia dúzia de gatos pingados, para pôr Lurdes e Sindicatos a esfregar as mãos, mostrando que não é possível respirar sem a sua omnipotente e omnipresente presença. Com uma manifestação maior, coisa difícil, arrumam-se Ministra e Sindicatos; com uma manifestação menor, são os Professores que ficam em sérios apuros. Em qualquer dos casos, meus meninos, e sendo cínico até a undécima casa, a Rainha faz o Roque, e a Ministra ganha sempre.
Parabéns.
07
Nov08

Discurso do Estado da Nação

TC


Imagem do KAOS

A Nação está em péssimo estado. Todos os dias assistimos a uma série de episódios intoleráveis, em qualquer país que se suponha civilizado. Não vou enumerar nada aqui, porque toda a gente sabe do que estou a falar. Têm, estes cinco blogues, a peculiaridade de serem frequentados por leitores de topo de gama, na nossa paupérrima hierarquia cultural. Não tenho, portanto, qualquer problema em que estas palavras não possam ser entendidas em toda a sua limpidez, sem qualquer sombra que seja, ou qualquer sentido dúbio. São o que serão, e dirão o que realmente escreverei.

Nesta imensa assembleia de leitores, que, possivelmente, nunca conhecerei, estão, se a estatística do Mundo ainda for o que era, sentadas e representadas todas as pluralidades do pensamento, da inclinação política e do cromatismo cultural. É a todas elas que me dirijo. Para quem tenha acompanhado o que escrevo, sabe que me move infinitamente mais a postura ética do que qualquer clubismo ideológico.

A Ética desapareceu do horizonte. Sábado, amanhã, o que se prepara em Lisboa não é um solavanco de franjas com tiques partidários, ou de associações que vêm tocar a sua pequena trombeta local, não, sábado, em Lisboa, não vai, sequer, acontecer uma Manifestação de Professores, ou Sindicatos. O que vai acontecer, sábado, em Lisboa, não é um protesto contra um apêndice político qualquer. A Pasta da Educação, em qualquer lugar do Mundo Pós-Iluminista, é o lugar mais crucial de qualquer Governo: quando o nome que lá se coloca é fausto, ele torna-se na epígrafe de uma Sociedade grata; quando se trata de um nome infausto, ele é um longuíssimo epitáfio para gerações e gerações devastadas, as gerações devastadas que levarão um país ao seu total declínio e desaparecimento da História.

Para nosso mal, nós estamos à beira desse precipício. Não vimos sancionar qualquer nome político. Muitos de nós, colocaram o seu voto naquela mesma urna que levou ao poder José Sócrates. Isso é um assunto, outro assunto, bem mais duro, é que nenhum português, no seu perfeito estado de sanidade mental, hoje votaria, se o pudesse fazer, no nome de Lurdes Rodrigues para o cargo que ocupa. Ela representa, não o vexame de toda uma classe profissional, por acaso, das mais habilitadas do nosso Estado-Nação, mas a própria grangrena da nossa Contemporaneidade, enquanto expressão Educacional e Cultural. Nunca tanto a Doença de um Estado esteve tão claramente associado a um só nome.

No Sábado, o que vem para a rua é voz do Direito de Aprender, e a Dignidade de Ser, não a do ser profissional, mas do humano de que se reveste a capa de uma profissão, por acaso, num tão-só por pequeno acaso, o lugar do Professor.

Num tempo grado, todos nós fomos alunos, e sabemos o espantoso património que é aquele fragmento de memória que foi termo-nos cruzado, uma só vez, com aquele vulto e aquela voz que nos despertou para a grandiosidade de Ser Pessoa, de Ser Humano, e esse delido vulto foi, muitas vezes, um inesperado, e discreto… professor.

No extremo oposto de toda esta filigrana da sensibilidade e do saber, uma luz volátil que todos vivemos, mas dificilmente poderíamos verbalizar, em todo o esplendor que merecesse, Lurdes Rodrigues é uma Gangrena que não suporta qualquer classificação. Relembramo-nos todos os horrores da impiedade dos sistemas totalitários, das pedagogias assentes na opressão e na mutilação, das violências e das injustiças perpretadas sobre a Criança. Lurdes Rodrigues incarna todas as violações da sensibilidade humana, e a sua própria existência é uma permanente obrigação de, diaria e brutalmente, mergulharmos nos aspectos mais traumáticos das nossas próprias infâncias.


Somos humanos, e recebemos a mais alta tarefa que pode ser concedida a um ser humano: o de formar um outro ser humano.


Sábado, não vimos discutir minúcias técnicas, nem patamares de comodidade financeira. Não vimos ostracizar o Partido A, B ou C. Não vimos pedir um punhado de cêntimos, nem pergaminhos que nos distingam de uma população, toda ela martirizada por uma comédia de um poder ridículo, que diariamente nos envergonha, interna e externamente.
Sábado, vimos, tão-só, a Lisboa, dizer que, à cabeça do volátil processo que é a consolidação do Saber, através de um fragilíssimo objecto que envolve Conhecimento, Fascínio, Afectividade e Emoção, Portugal tem, em finais de 2008, não um ser humano, mas um MONSTRO, em todas as suas vertentes de impiedade e cegueira. E é esse MONSTRO que nós queremos apear.


(Pentagrama reflexivo, no "

Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

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