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O Jardim da Celeste

...este é um espaço que revela alguns "pecados" do povo tuga. Os nossos políticos são do pior... e o povo manso releva...

...este é um espaço que revela alguns "pecados" do povo tuga. Os nossos políticos são do pior... e o povo manso releva...

O Jardim da Celeste

09
Jul10

O dia em que Saramago foi capa da "Playboy"

TC
Imagem do "Kaos"

Há coisas a que assistimos em Portugal que não lembrariam a Kafka, mas que, idiossincraticamente são tão transparentes que basta meia dúzia de linhas para as explicar, e vou já por aí.

Quando as sociedades chegam a um ponto do seu vazio tão avançado, podemos falar de "unidimensionalidade", e esse é o momento genérico que historicamente atravessamos, e, quando digo atravessamos, estou a evocar um derradeiro laivo de otimismo, porque, a preceito, isto poderá mesmo ser o Fim.

Se pensarmos no que move este ajuntamento de gentes, chamado "Portugal", não encontraremos "élans" vitais tão diversos quanto isso, e o pulsar do sangue da canalha é, afinal, fruto de corações limitados, rasteiros e simples.

Uma das matrizes, é, evidentemente, o Futebol.

Não há facto que não se converta em Futebol, o que muito espantaria Lavoisier, mas é matricial, na Lusitânia.

Nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma em... Futebol.

Todavia, por sua vez, o Futebol já é um metaestado de uma pulsão ainda mais básica, que a "virilidade" expressa no cuspir no chão, nas instituições, nas leis, na História, na Cultura, no mérito e no dever. Já um dia escrevi que o mais profundo motor do Português é o tourear, o saber que se está sempre a fintar a regra, que, noutros estados, é um modo civilizado de estar. Pelo contrário, o modo português de estar pressupõe, sempre, nalgum dos momentos do percurso, poder, sempre, "dar o golpe", às vezes, por puro vício, e, sempre, por irrelevância.

Se queremos saber uma área, imediatamente vem uma tradução para miúdos, que nos diz "equivalente a tantos estádios de futebol"; se a soma é imensa, desde logo se diz "o equivalente a três anos de salário de Cristiano Ronaldo", e o país não descansa, enquanto não senta à mesa todos os sexos, todas as culturas, mesmo aquelas que dizem desconhecer quaisquer factos do Futebol, como é o meu caso, e todos os assuntos pertinentes, mais tarde, ou mais cedo, são reduzidos à adrenalina animal do "esférico".

Quando Sócrates foi enxovalhado por uma licenciatura deficiente, cometemos o erro crasso de nos colocar no lado da Regra, quando, de facto, como com Fátima Felgueiras, Pinto da Costa, Isaltino, Figo, Rui Pedro Soares, Dias Loureiro, Paulo Portas, Ricardo "Farfalha" Rodrigues, a medíocre Inês de Medeiros, e centenas de nomes que já esqueci, o homem e a mulher comuns continuam a alimentar um fundo de admiração e carinhos por esses escroques, tão só, por que conseguiram, num dado momento "fintar" o Sistema e provar -- numa expressão hediondamente portuguesa -- que "eram superiores aos outros todos".

Somos um país de bebedores de bica, de gajos que batem nas velhotas e violam as crias, de mulheres que se vendem só pelo prazer de enxovalhar um marido pacífico, de falsificadores de faturas e de negócios, de comentadores, sem dentes, da vida alheia, geralmente, na forma de calúnia e difamação, de gente que é a paródia mal contida dos países civilizados.

Muitas vezes folheei a "Playboy", e bastariam dois minutos para lhe traçar a radiografia estruturalista: páginas em bom papel, onde desfilam os mitos artificiais de uma certa sexualidade americana, heterossexual, dogmática e restritiva. A "Playboy", a seu modo, é um livro de ayatollahs eroticisado, mas delimitador de rigorosíssimas fronteiras. Faz parte do enorme Circo Americano, onde as coisas circulam por gavetas, e se tornam ininteligíveis, se desarrumadas da sua prateleira própria. Apesar de muitos sintomas primários, que o aproximam da Portuguesa, o Continente Mental Americano tem uma escala, um treino e umas infraestruturas que só nos poderiam fazer cair no ridículo, em qualquer tentativa de mimese.

Saramago, um dos maiores equívocos do séc. XX Português, figura de terceira linha, treinada por um polvo partidário, por uma especialista em propaganda e venda da banha da cobra, aliada a uma impertinência, uma baixeza de caráter e uma avidez, a qual não foi só seu apanágio, mas que nele imperou, em glória, fruto de algumas convergências e de circunstâncias felizes, geraram um monstro, no sentido de Braudillard, dos "Simulacros e Simulações". Kastoriades, outro marxista, que poderia ver nele a "Ascensão do Insignificante", assim como Lipovetski teria aqui uma perfeita hipóstase da "Sociedade do Vazio".

É evidente que tudo isto seriam referências culturais em excesso, para o patego de rua português, que, imediatamente, as leu, de acordo com as grelhas do toureio e do pontapear: Saramago, nesta sociedade unidimensional, é, bem lá no fundo, um homem comum, que a sua viril Carlos Queiróz, Pilar del Rio, conseguiu levar a um 7 a 0, como com os pobres Coreanos. Foi valente, e não é importante se o produto é válido.

Para que o texto não fique pobre, posso voltar a repetir que não é válido.

Saramago, como Dantas, conheceu todas as pompas do seu tempo: dentro de 100 anos, será uma incómoda nota de rodapé, que os didatas não saberão gerir, e terão de explicar como epifenómeno sociológico, na forma de patologia literária. Se hoje aparece na capa da "Playboy", não por acaso, ao lado de Julião Sarmento, outros dos lugares do Nada, é por que foi "macho" suficiente, mesmo morto, para conseguir isso. A confusão é total, mas natural, porque saiu da tumba, e invadiu uma revista erótica. A esta hora, deve haver um "boy", extremamente infeliz, por não ter sido compreendido neste golpe de asa de génio. Dou-lhe os parabéns. Violou as regras e mostrou que tinha tomates, e reduziu tudo à prateleira da bica, das putas e do vinho verde, os motores eólicos do nosso rasteirão nacional. Grave é que quem cometeu o ato talvez não percebesse o que estava a fazer, embora o tenha feito com audácia e mestria com mestria: a capa desta última "Playboy" faz-me sempre lembrar um vendedor de carros, que dizia que "um automóvel é como uma gaja: um volante, uns pedais, e o que a gente quer é que ande". Suponho que o volante fosse uma metáfora inconsciente das mamas, assim como a dimensão da bagageira, no país unidimensional, deva estar associado aos "grandes cus", uma expressão tradiconal do marialva português para "mulher".

A "Playboy" de Julho é muito melhor do que qualquer livro de José Gil ou de Eduardo Lourenço; vou, mesmo, mais além: é equivalente à Teoria do Tudo, e à tão sonhada Unificação de Einstein: mostrou que qualquer coisa pode ser palco para a nossa maneira de ser, as "gajas" (uma estranha forma de homoerotismo não assumido, que depois são queimadas com pontas de cigarros e pontapeadas, porque os portugueses detestam mulheres), os milagres da Fé, Fátima, a Crendice, o Ateísmo, a Blasfémia, a potência das chuteiras e o triunfo da mediocridade, a provar que Literatura, tetas, grandes cus, treinadores de bancada e masturbação generalizada podem coabitar, conviver e multiplicar-se, e, até... vender-se.

Esperemos vivamente que sim

(Quádrupla edição, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
07
Jul10

Segunda Carta aos Apátridas, seguida de "Money, money, money" ("Cabaret")

TC






Imagem do Kaos

É verdade, como diria Gertrud Stein, 40 graus são 40 graus, 40 graus, 40 graus, 40 graus, 40 graus... e isso mexe muito com o miolo, pelo que vou supor que seja devido a isso que me vou sentar a teclar, pela segunda vez, num curto lapso de tempo, para defender o "Engenheiro" José Sócrates, mas o que tem de ser tem muita força, independentemente de qualquer termómetro.

O caso da compra da "Vivo" pela "Telefonica", já o disse, nada tem de ingénuo, e é uma pura tentativa de conseguir, no séc. XXI, aquilo que 500 anos de deriva e conquista não conseguiram: que a América Latina apenas se expressasse em Castelhano.
Acontece que não gosto de Castelhano, ao contrário do Italiano e do Francês, línguas de música e de salão, e do Inglês, bom para campónios, ou do Alemão, excelente para falar com os cavalos, como dizia Frederico, o Grande.

Não me vou estender hoje muito.

Quando, naqueles textos que provocaram duas terríveis guerras no séc. XX, Marx falava do Grande Capital, ainda vivia numa época com escala, ao contrário deste miserável canteiro mundial, em que nos encontramos, e em que ganharam muitíssima mais pertinência as expressões "pequeno capital", "capital minúsculo" e "capital irrelevante".

Vamos hoje falar de "capital irrelevante" e de cérebros minúsculos.

Quando Cristo foi vendido por 30 dinheiros, suponho que Judas tivesse o seu BPP da altura em vista, e já soubesse que essa miséria ia render 10% ao mês, como na defunta Dona Branca. Suponho que deva ter usufruído pouco da quantia, atraindo, para a História, um dos boatos mais miseráveis de sempre, a de que a morte do cidadão Jesus se devera a uma coisa abstrata, mas ótima, para depois martirizar ao longo dos séculos, chamada Povo Judeu.

Quem matou Jesus não foi o Povo Judeu, foi o pequeno capital e os minúsculos corações do imediato, que, hoje em dia, se servem nos rodízios de picanha, e nunca de lá deveriam ter saído.

As assembleias de acionistas da PT estão cheias dessas misérias de picanha e "pochette" mirrada, em busca de um T3 mais espaçoso e de umas Caraíbas da "Marsans", passadas em Paço d'Arcos, mas eu hoje estou pouco para ironias, está muito calor, e o país doente: das pessoas com visão e capital, apenas Ricardo Salgado se mexe e esperneia, pelas razões que ele bem sabe, mas eu, Europeu, Cidadão do Mundo, e natural de Portugal, gostaria hoje de ver acontecer um pequeno milagre caseiro, que passo a explicar. A "Telefonica", central de chamadas para Tóquio, se bem me lembro, começou por oferecer 7 000 000 000 € pela "Vivo". Ora, a bem dizer, eu não faço a mais pequena ideia do que sejam 7 000 000 000 de euros, porque sempre fui fraquinho em cálculos, mas, quando sobem de 7 000 000 000 para mais uns milhões, eu começo a perceber que é a rasteira alma de Vítor Constâncio, a pairar ali, na forma de centésimas, pelo que entro imediatamente no espírito da coisa: se os acionstas do imediatismo da PT andam a mendigar centésimas, então, vamos negociar à centésima, e apelar a esses cavalheiros, que se reclamam de grandes fortunas e patrimónios de Portugal.

Vocês, que, a bem ou a mal, tanta coisa acumularam, Belmiros, Amorins, Berardos, banqueiros sérios e da treta, ainda continuam a ter escrito no B.I. "Português", ou já apagaram isso?... Se não apagaram, façam-me então um pequeno favor: já que os pequenos corações dos miseráveis capitais dos minúsculos acionistas da PT querem mais qualquer coisinha, você juntem-se todos, e ofereçam à "Telefonica" os tais 7 000 000 000, mais uns milhões, mais umas unidades e cubram-lhe a oferta. Invertam o negócio, e proponham-lhes comprar, em nome de Portugal e de 900 anos de História, por 715 000 000 de euros, mais um cêntimo, a parte que a "Telefonica" detem na "Vivo". Quando a "Telefonica", honestamente aceitar, e os acionistas, de coração aberto, perceberem que vão lucrar mais um cêntimo, tudo se resolverá, como no dia da Jerusalém Celeste.

A esse miserável cêntimo, para que se não chame sempre "Constâncio", até podemos nós já dar um nome de batismo: vamos chamar-lhe, e tão só por nostalgia... "Portugal".

(Pela náusea, marchar, marchar, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
10
Jun10

D. Rosário XXII duque de Bragança disponivél para trabalhar de borla.

TC
Amigos finalmente aparece alguém disponivél para trabalhar de borla para endireitar Portugal, leiam a mensagem de 10 de Junho do duque de Bragança D. Rosário

http://casa-real-portuguesa.ativo-forum.com/d-rosario-xxii-duque-de-braganca-f4/mensagem-de-10-de-junho-2010-sar-d-rosario-t56.htm


Recomendo também que vejam os tópicos neste forum que é recente e colaborem http://casa-real-portuguesa.ativo-forum.com/forum.htm tem assuntos importantes como saúde, alimentação e a denuncia dos inimigos da democracia onde recomendo verem " A chegada" e o " Club de Bilderberg"

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